Bem-vindo (a)

Para quem acredita na existência de Deus, há sempre uma luz radiante, ainda que a vida pareça mergulhada em profunda escuridão. Chega um momento que precisamos nos libertar dos grilhões, das amarras e correntes que nos enclausuram num pequeno mundo, sairmos da nossa caverna e irmos de encontro à luz.

sábado, 29 de outubro de 2016

Quando se cospe no prato em que come


De todas as espécies existentes e conhecidas neste mundo, na opinião deste humilde colunista, o ser humano, talvez, seja a espécie que mais se subdivide dentro do mesmo grupo tribal,  dito de outro modo, e aí já não é mais texto meu e sim de Samuel Butler, “o Homem é o único animal que pode permanecer, em termos amigáveis, ao lado das vítimas que pretende engolir, antes de engoli-las.” Existem os seres humanos bons, os ruins; os honestos, os falsos; os brincalhões, os mal-humorados e muitos outros, mas de todas as subdivisões, duas são as piores: a dos preguiçosos, porque são oportunistas, covardes, falseadores, egocêntricos, canalhas e aproveitadores; e a dos mal-agradecidos, porque os que se inserem nessa categoria sempre cospe no prato que come e, por muitas vezes, foi naquele prato que o indivíduo saciou sua fome. Nem os mentirosos, nem os mal-agradecidos são capazes de enxergar no outro uma virtude, uma vez que estes não honra nem a si mesmo.

Já presenciei indivíduo dessas duas espécies a se tornar amigo do seu pior inimigo. Não por amolecimento no coração, mas pensando no proveito financeiro que ele poderia tirar da situação. Já presenciei, de maneira vergonhosa, elemento dessasespécies, depois de viver uma vida no pecado, seguir uma doutrina, não por ter se tornado cristão, mas porque ali ganharia o pão, já que a preguiça o condenava a viver através de doações de um e de outro para seu sustento e da família.

Alexander Pope, poeta inglês disse um dia que: “Aquele que diz uma mentira não sabe a tarefa que assumiu, porque está obrigado a inventar vinte vezes mais para sustentar a certeza da primeira.” Daí a necessidade de se policiar todo o tempo para não irmos contra nossos próprios ideais, até porque como já foi dito numa canção: “Quando a verdade chega, a mentira some, tem bom caráter o homem que não se corrompe”.

Falando ainda de espécies multifacetadas, poderíamos classificá-las novamente em duas: uma preocupada apenas com seu próprio umbigo, bolso e bem-estar que chega a ser tão hipócrita ao ponto de se satisfazer com a desgraça do seu semelhante e, para tanto, chega ao ponto de contribuir para isso, de maneira direta; e outra, politizada para defender interesses coletivos ao ponto de dedicar uma vida ao próximo. A primeira espécie habitua a saciar sua fome no prato da segunda e depois cuspir no prato, mas pior que cuspir no prato que comeu é ter que voltar a comer no mesmo prato!

Gilson Vasco
Escritor



Triângulo das Bermudas


Cemitério do Diabo ou pura ficção?

Há muito já circula pela rede mundial de computadores uma avalanche de lendas relacionadas ao Triângulo das Bermudas, mas nada como a mais recente delas que fantasia-se um navio reaparecido recentemente depois de 90 anos desaparecido.

É fato que em 29 de novembro de 1925, um navio da SS Cotopaxi zarpou do porto de Charleston, na Carolina do Sul, em direção a Havana, Cuba. A bordo, diz a história, haviam 32 tripulantes, comandados pelo capitão W. J. Meyer e transportavam, no navio, 2,3 toneladas de carvão. Diz ainda que, dois dias depois da partida, o navio foi dado como desaparecido, de modo que, depois disso, ninguém ouviu noticiar nada durante os 90 anos que se seguiram. Garante a lenda que a Guarda Costeira de Cuba anunciou, em maio de 2015, ter encontrado um navio não identificado à deriva e que tudo indicava se tratar do SS Cotopaxi, que como disse que diz a historia,desapareceu em 1925.

Se na época do desaparecimento, a história serviu para enfatizar ainda mais a bizarra e assustadora lenda do Triângulo das Bermudas, de ser o Cemitério do Diabo, mais recentemente, com o boato de que, em 16 de maio de 2015,a Guarda Costeira cubana tenha avistado um navio, ao longo de Havana, próximo de uma área militar restrita, a imprensa midiática aproveita para enfatizar ainda mais defendendo que,ao interceptá-lo, se depararam com um navio de quase 100 anos, confirmando, então, se tratar realmente do lendário navio desaparecido em 1925.

Mas, afinal, porque esse mistério todo acerca do Triângulo das Bermudas? Ora, o Triângulo das Bermudas é o nome que se dá à região que forma um triângulo, compreendida entre Miami, Porto Rico e a Bermudas, por isso, o nome Triângulo das Bermudas. Porém, o mais chocante de tudo isso é que, ao longo da história, milhares de aviões e navios que ousaram atingir àquela rota desapareceram sem deixar rastro! De modo que, existem várias teorias que tentam, em vão, entender o mistério. Até então, o que se tem de concreto é que até mesmo indivíduos renomados no campo das ciências geográficas e físicas que tentaram desvendar o mistério e altas patentes militares que relataram ter visto objetos voadores não identificados (OVNI), naquela área, perderam sua credibilidade ao ponto de verem suas carreiras literalmente arruinadas, dado o fato de os cientistas não terem provas de nada.

E porque a falsa notícia do reaparecimento do navio, em 16 de maio do ano passado,ganhou tanta repercussão justamente agora?O Triângulo das Bermudas é um local cercado por lendas e teorias sobre mortes, ataques, desaparecimentos de navios, aviões e supostos acontecimentos inexplicáveis, por isso, a notícia ter ganhado tanto destaque em inúmeras páginas como sites, blogs, jornais e revistas. Mas que fique óbvio que, apesar de um emaranhado de pessoas tratarem o ocorrido como se fosse um desaparecimento associado o incidente com as lendas sobre o Triângulo das Bermudas, essa história é falsa,  uma vez que não há nenhuma nota da Guarda Costeira cubana comprovando o achado, bem como, não houve nenhuma confirmação de órgãos oficiais sobre o suposto reaparecimento do navio, isto é, o navio SS Cotopaxi existiu de fato e afundou em 1925, durante uma viagem entre a Carolina do Sul e Havana, prova evidente do naufrágio foi deixada pelo capitão em sua última transmissão de rádio avisando que o navio estava afundando.

Gilson Vasco
Escritor