É
uma guerra silenciosa, feito um câncer que, aos poucos, vai destruindo o ser
humano, mas que, quando se percebe, já dizimou grande parte da sociedade.
O
Brasil está em guerra! Para quem ler somente este título, parece que o País acabou de entrar numa guerra contra outra nação ou pelo
menos pensar que é piada deste autor, porém, não é nem uma coisa, nem outra,
mas de verdade, o Brasil está em guerra!
É
uma guerra silenciosa, feito um câncer que, aos poucos, vai destruindo o ser
humano, mas que, quando se percebe, já dizimou grande parte da sociedade.
Ninguém está livre dela, nem mesmo a elite que se acha segurada por blindados e
homens treinados para defender a vida. De maneira que, vem dia e vai dia, e o
que mais se vê nas manchetes dos jornais são crescentes casos de ações
violentas, seja por indivíduos civis, seja por agentes da polícia, todos
parecem determinados a não engolir sapos, estão prontos para humilhar,
destruir, matar, como se todos nós estivéssemos a serviço do demônio.
A
violência brasileira conseguiu chegar a um patamar nunca dantes visto, ao ponto
de especialistas no assunto garantirem abertamente que, na atualidade, chega a
ser dez vezes mais perigoso viver no Brasil do que ter sido soldado americano
na Guerra do Vietnã (e se for policial, é ainda mais perigoso), conflito no Extremo Oriente da Ásia, na região
denominada Indochina, iniciado em 1955, logo após a Segunda Guerra Mundial e
terminado em 1975, durando cerca de 20 anos, dizimando alto número de soldados
americanos durante o combate, (em sua maioria muito jovens) capaz de gerar um
profundo sentimento de desilusão, tristeza e revolta na população do Tio Sam,
refletindo na opinião pública, que começou a pressionar fortemente o governo
americano. A Guerra do Vietnã é considerado o mais duradouro e um dos maiores
conflitos da história do século XX.
No
caso da guerra brasileira, apesar de não ser necessariamente um conflito civil,
trata-se de cidadão contra cidadão, pior ainda,ironicamente, a violência também
vem dapolícia. A situação fugiu tanto ao controle que, segundo revelações das
pesquisas, o Brasil tem um assassinato a cada nove minutos, 160 por dia, o que
equivale a 58 mil mortos por ano na terra do futebol e do carnaval. Isso é mais
que a g guerra na Síria, conflito que começou há mais de cinco anos como um
levante pacífico contra o presidente Bashar al-Assad, se converteu em um
conflito brutal e sangrento que não apenas afeta a população local, mas arrasta
potências regionais e internacionais. Tragicamente o número de vidas perdidas
no Brasil, motivado pela violência, equivale ao mesmo número de soldados
americanos mortos durante a Guerra do Vietnã, que durou vinte anos.
Quem
vive num país onde 160 vidas são diariamente aviltadas, isso caso não levemos
em consideração outras mortes violentas, seja no trânsito, seja pela falta de
assistência pública à saúde, que não deixa de ser uma violência é viver
constantemente com medo, é viver numa região conflitante, numa nação em guerra
constante.
Verdade,
o Brasil é o país que mais se mata no mundo, quer policiais, quer bandidos,
quer inocentes. Muitas vezes mata por matar, ao bel prazer sanguinolento e na
certeza da impunidade. Mata tanto ao ponto de o número de mortos a cada 4 anos
equivaler fatidicamente quantidade igual aos mortos com a bomba de Hiroshima e Nagasaki,
daí dizer que o Brasil está em guerra!
Vivemos
em guerra, numa sociedade passiva dessa triste realidade, de mãos atadas,
refugiada em suas casas e os marginais perambulando e cometendo atrocidades.
Se
continuar dessa forma, a violência vai aumentar cada vez mais, não vai existir
auge, a situação cada dia que se passa vai ficar mais caótica, a vida será
sempre um risco e, viver ou morrer, vai depender mais da sorte do que da
segurança.
Gilson Vasco