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Para quem acredita na existência de Deus, há sempre uma luz radiante, ainda que a vida pareça mergulhada em profunda escuridão. Chega um momento que precisamos nos libertar dos grilhões, das amarras e correntes que nos enclausuram num pequeno mundo, sairmos da nossa caverna e irmos de encontro à luz.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A Quarta Revolução Industrial


Já disse em outras publicações que bastou o homem primitivo aprender a dominar o fogo e a utilizar o carvão como fonte de energia para, a partir do século XVIII, revolucionar o mundo através do surgimento de tecnologias. O conhecimento científico desencadeou em um contínuo processo de evolução, contribuindo com a criação de novas tecnologias capaz de revolucionar a indústria. A Inglaterra foi palco da Primeira Revolução Industrial, porém, nada demorou para que outros países ingressassem nesse modelo de produção industrial. A partir de meados do século XIX, a Revolução Industrial embarcou em uma nova etapa intensamente distinta da Primeira Revolução Industrial. Acontecia, então, a Segunda Revolução Industrial, provocada pela crescente necessidade de novas tecnologias e pelo emprego irrestrito da eletricidade, pelo uso do motor e pela invenção do telégrafo. Após a segunda metade do século XX e depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo entrou em uma fase de intensos desenvolvimentos na arena tecnológica, fundindo conhecimento científico, tecnologia e produção industrial. Nascia nesse momento a Terceira Revolução Industrial, marcada pela robótica, biotecnologia, genética e globalização.

Atualmente, estamos vivenciando o despontar da Quarta Revolução Industrial que, apesar de juntar os mundos físico, digital e biológico e fazer parecer diferente de todas as outras revoluções industriais anteriormente surgidas, de fato não é e não há nada nela de assustador. O que há, de peculiar, talvez, seja o caráter desafiador, ou seja, o fato desta apresentar avanços, alcances e impactos numa velocidade sem precedentes na história. Mas, ainda assim, a velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução apresentam resquícios das anteriores, basta pensarmos nos feitos da Primeira Revolução Industrial quando a sociedade, a economia e o espaço geográfico se tornaram bem mais complexos. Ora, se no início, o feito tecnológico que mudou o mundo foi a máquina a vapor, a tendência agora são as tecnologias digitais, físicas e biológicas. O que quer dizer que as transformações serão regidas pela engenharia genética, pela robótica, pela nanotecnologia e pela neurotecnologia.

Desta nova Revolução Industrial é interessante saber que nada surge do acaso, isto é, acontece após três processos históricos transformadores. Ora, o primeiro caracterizado pelo compasso entre produção manual à mecanizada; o segundo, assinalado pela eletricidade e manufatura em massa;  e o terceiro marcado pela chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. Então, o quarto artifício industrial não poderia ser diferente, uma vez que a tecnologia não se permite ser retrógrada, tampouco, caminhar pela inércia. É chegado o momento de automatizar as fábricas com o que há de mais avançado sistema ciberfísico.


Claro que do mesmo modo, ou com efeitos mais drásticos ainda do que aqueles causados pela Terceira Revolução Industrial, a Quarta Revolução Industrial está aumentando a desigualdade na distribuição de renda, desajustes no mercado empregatício e acarretando todo tipo de dilemas de segurança geopolítica. Mas é um processo inevitável pela humanidade. Quem estiver presente neste Planeta só vai restar uma coisa a fazer: acostumar com nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones, impressoras três dês e nunca se surpreender ao chamar um táxi a partir de um celular e ver chegar um carro voador autopilotado.

Gilson Vasco

Revoluções Industriais



Bastou o homem primitivo a aprender a arte de dominar o fogo para iniciar o artifício do polimento de pedras, da fundição dos metais encontrados em forma natural, da produção de utensílios, da confecção de armas para a caça e defesa, da descoberta do carvão e da invenção da roda para começar um processo que hoje chamamos de Revolução Industrial, graças a um de seus grandes feitos: a invenção da máquina a vapor, em meados do século XVIII. Sim, depois da descoberta do fogo, a máquina a vapor transformou e revolucionou o mundo, uma vez que, até então, o principal combustível era o carvão. Com o aperfeiçoamento das máquinas, aplicação de novas técnicas e o surgimento de outros instrumentos, o domínio de novas tecnologias ficava cada vez mais intenso e o estabelecimento de novas formas de produção originou, na Inglaterra e ganhou o mundo, a Primeira Revolução Industrial.

A Primeira Revolução Industrial tornou a sociedade mais complexa, modificou significativamente a economia, transformou o espaço geográfico, deu origem a novas profissões, aumentou a produção de artigos de consumo e, consequentemente, surgiram mais fábricas, novas ferrovias foram estruturadas e povos foram explorados.

Um fator interessante que merece destaque é que no início da Revolução Industrial, as descobertas que impulsionaram o modo de produzir não eram vinculadas aos achados científicos, isto é, abrolhavam da relação direta com o trabalho, entretanto, na segunda fase da Revolução Industrial, os instrumentos mais complexos e as novas matérias-primas, exigiam novas formas de manuseios, requerendo estudos e pesquisas ligados à ciência moderna. Desse modo, terminando o século XIX, o mundo assistia a uma revolução tecnológica resultante da fundição entre ciência e tecnologia, dando origem aos primeiros motores elétricos, iniciando a transmissão de energia elétrica a longas distâncias através de cabos, ao surgimento das primeiras lâmpadas elétricas, ao aperfeiçoamento da comunicação por meio do telefone e do telégrafo sem fio e ao dinamismo ao uso do petróleo como combustível. Diferentemente da produção que era artesanal, nascia nesse contexto a produção de mercadorias padronizadas, feitas em série e em larga escala para o consumo em massa.

 Na Segunda Revolução Industrial, entre meados do século XIX e meados do século XX, além do lançamento ininterrupto de novos produtos, da fabricação de novos instrumentos, do aperfeiçoamento de máquinas (muitas das quais agora operavam pelo comando de computadores), da utilização e aprimoramento de equipamentos de informática e de robôs, múltiplas invenções como o automóvel, o telefone sem fio, o televisor, o rádio, o avião e etc. também passaram a ser produzidos e comercializados.

Podemos dizer que a Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecnocientífica surge no fim da Segunda Guerra Mundial quando a economia internacional começa a sofrer densas alterações e os avanços tecnológicos iniciados sem espanto durante a segunda fase da Primeira Revolução Industrial passaram a atingir ritmos bastante acelerados.


Modernamente, estamos vivenciando o despontar da Quarta Revolução Industrial que, apesar de fundir os mundos físico, digital e biológico e fazer parecer diferente de todas as outras anteriormente surgidas, de fato não é e não há nada nela de assustador. Mas, por apresentar características ímpares, trataremos dela em artigo separado, em ocasião oportuna.

Gilson Vasco

A tecnologia e suas revoluções


Não é nenhum exagero em afirmar que a tecnologia, conjunto de conhecimentos técnicos, acompanha o homem desde os primórdios da humanidade. Se pensarmos, por exemplo, na descoberta e domínio sobre o fogo, na invenção da roda e na fabricação de instrumentos pontiagudos a partir de gravetos ou pedras para a caça e para a própria defesa fica evidente que todos esses instrumentos podem ser considerados frutos tecnológicos, ­à sua época, haja vista que, a partir do momento em que o homem primitivo passa a dominar o fogo, por conseguinte, atinge também o artifício da produção de utensílios e da confecção de armas via fundição de metais descobertos em forma bruta. Verdade é que desde as primícias do ser humano, ainda que num processo inicialmente a passos lentos, o homem vem inventando e aperfeiçoando aparatos sem ao menos perceber que os resultados de suas criações são, de fato, produtos da tecnologia.

Não consigo enxergar por outra ótica, ora, é evidente que a tecnologia que acompanha o homem desde sua criação alcançaria os mais diversos campos, como alimentício, têxteis, habitacional, protetivo, relacional, social, natural, informativo, esportivo, musical, planetário, astronômico, geográfico, histórico, matemático, agrícola, escrita, elétrico, eletrônico, automático e se revolucionaria aperfeiçoando aparatos outrora criados e inventaria novos instrumentos e novas formas para satisfazer o ser. E, assim foi inventada, no século XVIII, a máquina a vapor; no século XIX, os trilhos de ferros; bem como, já no século XX, a descoberta, manejo e utilização da eletricidade, do petróleo, do automóvel e do avião. Nesses mesmos parâmetros terrestres e aéreos tecnológicos surgem e sofre evolução a navegação aquática e subaquática, de modo que, com o domínio das técnicas de manuseio dos metais, ia aos poucos, revolucionando a tecnologia para a transformação da vida em todo o Planeta.

Com o passar dos tempos a tecnologia sofreu tantas revoluções que na atualidade se tornou tão comum e natural falar em globalização, evolução da genética, das comunicações (telefonia fixa e móvel, fibra óptica, internet), da robótica, da nanotecnologia, da inteligência artificial, da imagem teletransportada, etc., de forma que, modernamente, as revoluções tecnológicas vem manifestando na velocidade da luz, dada a eficiência de a própria tecnologia apadrinhar a origem de outras novas tecnologias ainda mais avançadas.


Por fim, a revolução tecnológica, pode também ser ligeiramente conceituada como as descobertas, invenções e criações do homem, capaz de refletir, intensamente nos conhecimentos, na cultura, nos costumes e nos métodos da humanidade e no meio ambiente. 

Gilson Vasco

Chegou a era dos carros voadores!



Cresci ouvindo de parentes próximos que, pelos idos de 1945, ao término da Segunda Guerra Mundial, meu avô materno quase teve sua vida ceifada. Não que ele tivesse participado do conflito. Morava nos confins do mundo, onde os efeitos do combate, talvez, nunca chegassem. Grande fora o medo e ofegante fora a correria ao ter visto pela primeira vez um objeto estranho e barulhento sobrevoando o céu daquele reduto. Para meu avô aquilo era o prenúncio do fim do mundo, para os mais experientes era simplesmente mais um fruto da revolução tecnológica.

Ora, o primeiro voo do primeiro avião, o 14-Bis, aconteceu em Paris, na França em 23 de outubro de 1906, chamando a atenção de todo o mundo, ao saber que o homem podia voar, e menos de cinco anos após o primeiro voo da máquina de Alberto Santos Dumont, inventor brasileiro, a Itália já fazia uso do novo e revolucionário aparato aéreo no transporte e lançamento de bombas de guerra. Hoje, passadas apenas onze décadas, o avião se tornou, para a humanidade, um meio aéreo comum e necessário ao mesmo tempo.

Diante disso, já imaginou quão bom seria a criação de carros voadores para alguém que quisesse ficar livre dos congestionamentos e engarrafamentos provocados pelo excesso de carros nas ruas das  metrópoles? Se depender das fábricas de automóveis a nova tecnologia poderá fazer parte do nosso cotidiano muito em breve!

Ora, o fato é que há muito, a tecnologia vem influenciando quase todas as áreas e atividades desenvolvidas pelo ser humano em qualquer lugar do mundo, até mesmo aquelas mais simples realizadas no dia a dia. Daí, de modo geral, ser a tecnologia um produto da ciência e da engenharia, um conhecimento capaz de transformar o meio e permitir a invenção e produção de objetos fabricados para suprir as necessidades. Assim, um artefato tecnológico surge quando há uma necessidade específica de satisfação ou quando há uma necessidade de resolução de algum problema. ­

Os engarrafamentos é um dentre muitos e, pensando nisso, diversas empresas já trabalham no desenvolvimento de protótipos de carros voadores, os quais, depois de prontos, testados e aprovados passarão a fazer parte do nosso mundo real, inclusive alguns criadores mais ousados planejam testar seu protótipo ainda neste ano! O projeto é tão ousado que a intenção é que os carros voadores sejam autopilotos e que as pessoas reservem o veículo através de um aplicativo, por meio do celular.

Mas, afinal, quais seriam os benefícios e malefícios dessa nova criação? Bem, se a tecnologia, por si só, não pode ser nem boa nem ruim, a utilidade dos seus frutos vai depender de quem os usam e para quais fins, ou seja, se ela pode ser usada para melhorar a produtividade do trabalho humano, reduzir o esforço físico e aumentar a qualidade de vida da população, ou possa causar diferenças sociais, poluir o meio ambiente e causar desemprego.

Todavia, no caso específico dos carros voadores, serão elétricos e vão utilizar as vias aéreas isso vai evitar a poluição e ajudar a reduzir os custos de infraestrutura das cidades, uma vez que, por meio do voo, não é preciso investir tanto em vias terrestres, pontes e viadutos. Já em relação a se os riscos de acidentes e colisões que geram prejuízos, lesões corporais e mortes vão diminuírem, somente vamos saber depois que os aparelhos forem colocados definitivamente em uso.

Gilson Vasco