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Para quem acredita na existência de Deus, há sempre uma luz radiante, ainda que a vida pareça mergulhada em profunda escuridão. Chega um momento que precisamos nos libertar dos grilhões, das amarras e correntes que nos enclausuram num pequeno mundo, sairmos da nossa caverna e irmos de encontro à luz.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

História sobre os trilhos - As velhas ferrovias em Goiás - Parte V (Final)


Chegamos à etapa final da nossa viagem às velhas ferrovias em Goiás. Viagem que nos levou a viver, através da leitura, uma história sobre os trilhos de ferro, desde os tempos em que o progresso do Brasil andava pelas ferrovias, com maior intensidade. Percebemos o apagamento da modernidade, e, por sorte, ainda conseguimos visitar algumas estações ferroviárias, uma ainda em pleno funcionamento, mas vimos principalmente que a criação da Estrada de Ferro em Goiás serviu aos interesses e aspiração de mineiros e goianos que tiveram nessa ferrovia um dos pilares para o artifício de desenvolvimento. A ferrovia contribuiu para uma relevante expansão da produção econômica dessas regiões, aumentando suas relações comerciais, por meio de um forte acréscimo nas importações e exportações.

Na atualidade, não há, portanto, nesses 480 quilômetros de trilhos goianos o transporte de passageiro, somente o de cargas, o que é lastimável.

A Ferrovia Centro-Atlântica, operante em solo goiano, bem como a Ferrovia Norte-sul, esta em fase de construção, com alguns trechos já inaugurados recentemente, continuam sendo alternativas viáveis de transportes eficientes e de baixos custos de operação quando comparado com o transporte rodoviário. Assim sendo, ao passo que contribuem para a maior competitividade do agronegócio local, fica comprovado que as ferrovias passam a ser indispensáveis, sendo de grande valia para os avanços nas relações comerciais, internas e externas, e para a solidez da economia goiana como um todo. Faz-se necessário que os goianos, principalmente as autoridades competentes, lutem impetuosamente pelo fortalecimento desse modelo de transporte, uma vez que assim estarão dando passos firmes na direção do desenvolvimento econômico e social dessa importante região do planalto central. É verdade que a restauração de uma ferrovia, bem como a construção de outras são processos de altíssimos custos, porém, quando uma ferrovia é colocada em funcionamento os ganhos são incomparáveis. Primeiro, enquanto um caminhão numa rodovia transporta pouquíssimas toneladas de produtos por vez, uma locomotiva consegue puxar dezenas de vagões com toneladas e mais toneladas de produtos pelas estradas de ferro e, depois, o transporte ferroviário bem planejado oferece maior qualidade e menor custo.

Para o momento, basta, mas assim como o Diário da Manhã eu também estou grato pela sua companhia. Brevemente embarcaremos em novas aventuras. Até lá.


Gilson Vasco

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História sobre os trilhos - As velhas ferrovias em Goiás - Parte IV


(Curiosidade sobre manutenção nos trilhos)


Postos no telheiro da Estação Ferroviária de Leopoldo de Bulhões, enquanto esperávamos a passagem de um cargueiro que vinha não sabemos de onde, nem para onde ia, a conversa com os anfitriões esquentava. Soubemos que não seria possível embarcarmos num trem para percorrer mesmo um pequeno percurso. Disseram que seria impossível viajarmos, pois necessitaríamos de uma série de equipamentos que estavam no Estado das Minas Gerais. Mesmo assim, como disse, tivemos a chance de colher muita informação acerca do assunto. Fomos informados pelo chefe dos funcionários sobre a necessidade de estar monitorando a temperatura dos trilhos, pois segundo ele, as temperaturas devem estar entre 15 e 60 graus Celsius, uma vez acima de 60 graus os trilhos poderão sofrer desgastes causados pelas altas temperaturas. Caso os termômetros instalados nos trilhos acusem uma temperatura fora do normal, um sinal de alerta é disparado e todas as locomotivas que se encontrarem nos trilhos serão obrigadas a parar até que a temperatura se estabeleça. O sistema é monitorado via satélite e se por ventura os funcionários desconfiar de algum problema com as locomotivas, a central poderá parar o transporte por meio do satélite até que uma equipe checa o ocorrido, seja uma falha técnica, mecânica ou um mal sofrido pelo maquinista, durante esse intervalo, a estrada fica interditada. Outro ponto cauteloso é o fato de o local exato do estacionamento da locomotiva, deve ser necessariamente no espaço indicado, pois um pouco para frente ou para trás significa uma transgressão do maquinista.

Ainda de acordo com os funcionários, vez por outra é preciso fazer um processo de alinhamento de carga ali mesmo na Estação Ferroviária de Leopoldo de Bulhões, isto é, separar a carga por categorias e isso leva um tempo capaz de atrasar a viagem, o que acarreta em multas. Por isso, tudo deve ser feito dentro de um prazo conveniente de modo que a carga esteja no porto na data marcada. Muitas vezes, o trabalho é tão complexo que os funcionários não sabem do que se trata a mercadoria, pois há um rigor nos lacres, principalmente motivado pela Receita Federal.
Os funcionários também nos falaram sobre uma máquina que estava ali no pátio da Estação Ferroviária de Leopoldo de Bulhões e sobre um contêiner sobre os trilhos, exatamente no perímetro de fazer manobras.     

     Sobre a utilidade da máquina disseram ser um equipamento capaz de detectar possíveis quebraduras nos trilhos antes mesmo da trincadura total e ela pode também alinhar os trilhos que por ventura venham a sofrer desalinhamento. A revisão dos trilhos pela máquina é feito de seis em seis meses e isso acontece em todo o percurso da linha férrea. É uma máquina que como as locomotivas, andam sempre pelos trilhos. Somente as funções são diferentes.

Em relação ao vagão, também há uma curiosidade, trata-se de uma casa ambulante que cumpre a função de transportar funcionários com maior comodidade pelos trilhos Brasil afora, ou Brasil adentro. Tentamos matar nossa curiosidade sobre o espaço interno da casa sobre trilhos, mas fomos informados pelos funcionários de que infelizmente ela estava trancada, mas não nos informou nas mãos de quem estaria o poder das chaves. Para não gerar qualquer tipo de constrangimento em ambas as partes, a conversa sobre a nossa entrada na casa ambulante parou por ali, diferentemente da nossa inesgotável curiosidade sobre tanta coisa nova. Soubemos que tudo de necessário que existe numa residência, há também naquela casa sobre trilhos. 


Com o consentimento dos funcionários ainda insistimos em esperar pelo cargueiro que estava previsto para chegar ali às onze horas, persistimos, mas ele somente passou por ali ao meio dia e alguns minutos, atraso que cada vez mais aguçava a nossa curiosidade. Satisfeitos, retornemos à Goiânia.

Gilson Vasco

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História sobre os trilhos - As velhas ferrovias em Goiás - Parte III


Passada a dinâmica de ver de perto a antiga Estação Ferroviária de Goiânia é chegado o momento de retomarmos a nossa viagem às velhas ferrovias de Goiás. Viajaremos para algumas cidades interioranas, inclusive a Leopoldo de Bulhões, cidade de clima calmo, quando visitaremos uma estação ferroviária em pleno funcionamento. Além da estação ainda estar ativa, costuma passar alguns cargueiros diariamente. Teremos a oportunidade de vermos um de perto e a olho nu?

 A estação da cidade de Leopoldo de Bulhões foi inaugurada em 1931. A partir dali a linha segue pelo chamado hoje ramal de Anápolis, até essa cidade, em 1935. Somente em 1950, a linha passou a sair dali também para Goiânia e passou a ser esta a continuação da linha-tronco. Dali, portanto, como vimos, sai o ramal para Anápolis. Pois bem, chegamos à estação ferroviária de Leopoldo de Bulhões... A estação segue um modelo arquitetônico muito parecido com a estação de Cumari, 17 anos mais velha, o que nos leva a pensar que aquela deve ter sido reformada na mesma época da construção desta. Em 1950 foi construído um volume maior na lateral oeste, por conta da construção do então ramal para Goiânia, que se inicia nesta estação. A estação recebeu o nome do Dr. José Leopoldo de Bulhões Jardim, já que o cidadão muito se empenhou em fazer os trilhos avançarem no Estado de Goiás. Hoje, como estamos vendo, a estação está servindo para a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), em razoável estado de conservação.

Realmente, podemos ver a olho nu que a Estação Ferroviária de Leopoldo de Bulhões ainda se encontra em atividade. Sofre desgastes pela ação do tempo e já não mais cumpre suas funções de outrora, mas funciona. Ainda consegue ouvi o ronco dos trens de carga e ver passando ou estacionado sobre o seu pátio, locomotivas puxando dezenas de vagões que abastecem, com diversos produtos, vários Estados deste País, onde as estradas de ferro se corroem pelo tempo e pela falta de manutenção. Não se sinta frustrado, leitor viajante, lamentavelmente não conseguiremos pegar uma carona num desses trens sobre os trilhos leopoldenses, porém, aprecie a passagem do fantástico gigante roncador, equipado com muitos vagões, surgindo na curva da estrada de ferro. O momento é agradabilíssimo, experimentemos, pois, um cenário como se adentrássemos numa tela de cinema. Olhe, um cargueiro se aproxima. Fotografe-o.


Apesar de nossa viagem continuar magnífica, fiquemos, pois, um pouco mais por aqui a contemplar os cargueiros que surgem puxando dezenas de vagões pesados, enquanto os atenciosos e prestativos funcionários da Estação Ferroviária de Leopoldo de Bulhões estão dispostos a continuar a nos oferecer uma detalhada aula de informação sobre o funcionamento desse modelo de transporte.

Gilson Vasco

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Diário da Manhã 

História sobre os trilhos - As velhas ferrovias em Goiás - Parte II


Depois de uma breve parada para um pequeno descanso, nossa viagem é retomada com a visita à Estação Ferroviária de Goiânia, onde reconstituiremos mentalmente os trilhos do trem. Primeiramente realizaremos um apanhado geral de como se deu a construção da estação. Imaginemos, pois, acerca do projeto de urbanização de Goiânia. Percebe-se facilmente que a estação se insere no conjunto das construções pertencentes à arte Déco.

Na verdade, as principais construções de Goiânia, bem como em diversas cidades do mundo, possuem caráter visual, isto é, os arquitetos e urbanistas carregam consigo a preocupação espacial-visual. Assim, no caso específico da construção de Goiânia, a cidade foi erguida de modo que, quem estivesse na Praça Cívica, tinha uma ampla visão do espaço da Praça do Cruzeiro, do Mercado Central, da Estação Ferroviária etc. Claro que com a chegada dos inúmeros arranha-céus em Goiânia, o espaço foi perdendo a sua configuração original. A própria Estação Ferroviária já perdeu algumas características do tempo da estrada de ferro para se adaptar às novas necessidades. Daí dizer que ou um patrimônio é totalmente conservado, ou sofre modificações chegando ao desgaste total com o tempo.

A construção da Estação Ferroviária de Goiânia, foi dada por um fundo de interesse político e econômico. Não foi para a época uma obra gigantesca, porém, uma construção de arquitetura ímpar, em relação às demais, no interior. Percebe-se que a intenção real era trazer para Goiânia a administração da ferrovia.

Em um estilo Déco, a torre da estação lembra um arranha-céu parisiense, mas as demais partes configuram o estilo “moderno”.

O término da construção da Estação Ferroviária de Goiânia deu-se em 1950, porém, sua inauguração aconteceu em 11 de novembro de 1952.

Durante mais de vinte anos serviu como estação ferroviária de Goiânia sendo desativada na década de 70. Com a extinção da Estrada de Ferro Goiás, a locomotiva n.º 11, símbolo da estação, mais conhecida como Maria Fumaça, foi colocada como exposição na parte externa da antiga Estação.

O prédio passou por várias reformas; em 1985, por exemplo, foi adaptado para atender as necessidades do Restaurante do Centro de Cultura e Tradições Goianas, hoje extinto. Em 1987, foi criado o Centro Estadual de Artesanato de Goiás, que passou a funcionar desde então, no prédio da estação. A última reforma aconteceu em 1999.

O prédio é tombado pelo Governo do Estado desde 1998. Por volta de 1984 foi noticiado que a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima - RFFSA e a prefeitura de Goiânia haviam fechado um acordo, em que a prefeitura ficaria com o terreno do pátio ferroviário, de localização central, no qual seria (e realmente foi) construída uma nova estação rodoviária; e em troca a ferrovia receberia um terreno bem maior, fora da cidade, para instalar um pátio maior e mais espaçoso. O pátio, realmente, foi transferido para a estação de Senador Canedo, a cerca de 20 km da cidade de Goiânia. Trens de passageiros não chegam ao prédio desde os anos 1980.

Depois de uma criteriosa observação na parte frontal, dirigiremos para os fundos da Estação Ferroviária numa tentativa de reconstruir mentalmente os caminhos por onde antes passavam os trilhos. Interessante que o desembarque e embarque eram feitos pelos fundos! Isso mesmo, pelos fundos! Claro que já não poderemos ver mais a linha férrea, uma vez que as sucessivas restaurações sofridas pela Estação Ferroviária obrigaram a retirada daquele e de outros trechos, já que aquele espaço foi adaptado para servir a outras atividades, como ensaio de bandas, desfiles e realização de feiras-livres. Verdade é que os trilhos que vinham das imediações do Parque Agropecuário de Goiânia passavam pelos fundos da Estação Ferroviária, seguiam por onde se encontra a atual Câmara dos Vereadores, seguiam por onde existia a chamada Força Pública (Policia Militar), onde hoje se encontra o Hipermercado Walt Mart (este construindo já entre 2006 e 2007, também com pequenas características da Arte Déco, em memória do extinto prédio da Força Pública) e seguia para Campinas, onde findava a linha férrea. 

Se adentrarmos à Estação Ferroviária de Goiânia, perceberemos o busto em bronze do arquiteto e urbanista Attílio Corrêa Lima, responsável pelo projeto da construção de Goiânia. No alto do saguão, praticamente no cume das duas paredes da construção notaremos também dois gigantescos quadros pintados exclusivamente para ocupar aqueles lugares. Um de fronte para o outro. Um dos painéis gigantes contrasta com o outro. O edifício possui na área interna principal, murais de frei Nazareno Confaloni, introdutor do modernismo em Goiás, pintados em 1953. O espaço interno, dando a impressão de grandioso, assemelha o saguão de um grande prédio, nos levando ao entendimento de que o intento do seu idealizador foi realmente demonstrar grandeza e poder.

Em 2010, quando tivemos a chance de fazer uma visita detalhada ao prédio, o edifício abrigava a cooperativa dos artesões de Goiás e a Banda Marcial da Prefeitura de Goiânia (Projeto Musicalidade). Porém, em 2012, quando novamente estivemos de passagem pelo local, notamos que o abandono ameaçava o prédio, marco da arquitetura e da história de Goiânia. Atualmente, a antiga Estação Ferroviária, na Praça do Trabalhador, está degradada pela ação do tempo, umidade e descaso com o patrimônio público. Sabe-se que a Secretaria de Cultura quer transformar em museu o prédio da antiga estação. Mas, não há prazo para a obra sair do papel.

Do lado de fora da Estação Ferroviária, há a locomotiva, a conhecida Maria Fumaça, fabricada em 1910, pelos alemães, exposta ali há muito tempo e restaurada há cerca de uma década, em Minas Gerais.


Faremos mais uma pequena parada e continuaremos com a nossa viagem sobre os trilhos das velhas ferrovias em nosso próximo artigo quando visitaremos a estação ferroviária da cidade de Leopoldo de Bulhões.

Gilson Vasco
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Diário da Manhã 

História sobre os trilhos - As velhas ferrovias em Goiás - Parte I


Sempre tive um sonho de pesquisar, escrever e publicar algo sobre o apagamento da modernidade, voltado para as velhas ferrovias e visando adquiri e transmiti um maior entendimento e conhecimento na tangente da constituinte, manutenção e esquecimento das estradas de ferro de Goiás. Fui induzido pela minha curiosidade tamanha a percorrer um pouco da história da criação e manutenção de alguns trechos da ferrovia goiana. No primeiro momento, a curiosidade ateve-se a levar-me a observar conteúdos escritos e imagens fotográficas e, com a leitura textual e imagética fui aguçado à prática, isto é, resolvi ver de perto e a olho nu o pouco que resta de tudo aquilo que um dia foi um dos principais motores que fazia este Estado mover-se econômico e politicamente. Com gratidão ao Diário da Manhã que sempre se preocupa com a voz do povo, o leitor é o nosso convidado para embarcar nesta nossa viagem de cinco paradas, isto é, contadas em cinco partes.

Durante nossa viagem que se inicia agora, caro leitor, você poderá constatar que já no ano de 1873, Antero Cícero de Assis, então presidente da província de Goiás foi autorizado a construir uma ferrovia que ligasse a capital do império à margem do Rio Vermelho, partindo de uma já existente estrada de ferro chamada Mogiana. Ele não obteve sucesso. Treze anos depois, em 1886, houve uma nova tentativa de dotar a província de um sistema de transportes para escoamento da produção, através de uma concessão à Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que poderia ampliar suas linhas do Rio Paranaíba ao Rio Araguaia. Passaram-se mais dez longos anos, após a publicação de decreto para o Triângulo Mineiro ser agraciado com os trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Foi percebido também que após divergências políticas, estabeleceu-se através de outro decreto que o ponto inicial da estrada de ferro seria na cidade de Araguari, e o final, na cidade de Goiás. Contudo, a criação da estrada de ferro se deu em 3 de março de 1906, tido como uma solução para os produtores, comerciantes e políticos goianos, que precisavam atender às necessidades da economia da região. Assim, chamada primeiramente Estrada de Ferro Alto Tocantins, de capital privado, foi autorizada a explorar o trecho de Catalão a Palmas, com o objetivo de ligar a cidade de Goiás, então capital do Estado, a Cuiabá. Posteriormente, em 28 de março de 1906, através do decreto 5.949, do então presidente Rodrigues Alves, a ferrovia passou a chamar-se Estrada de Ferro Goiás. Porém, somente no dia 27 de maio de 1911, dois anos após o início dos trabalhos no marco zero da ferrovia, os trilhos começaram a ser instalados no Estado de Goiás. Em janeiro de 1920, o governo assumiu a administração da Estrada de Ferro Goiás, que através do decreto nº. 13. 936 foi autorizada a explorar o transporte ferroviário na região do Triângulo Mineiro e em Goiás. 

A construção da estrada de ferro em solo goiano, ao mesmo tempo em que é o resultado de um grande esforço feito por alguns representantes da classe política e intelectual da região é também propósito para assegurar os interesses do sistema capitalista de produção, uma vez que ela nasce de dentro para fora do Estado.

Pois bem, navegando conteúdo adentro tivemos a oportunidade de conhecer teoricamente um pouco da história das ferrovias do Brasil, em especial do Estado do Goiás. Faremos uma parada momentânea, para um descanso, mas não contentemos somente com isso, pois no próximo artigo visualizaremos algumas das trinta estações que servia (e muitas continuam servindo) a Estrada de Ferro de Goiás. Até lá.


Gilson Vasco

II Mostra Científica e Cultural



Colégios Aécio Oliveira de Andrade, Damiana da Cunha e Castro Alves

Mostra Científica e Cultural pode ser definida como uma iniciativa com fins voltados à estimulação e à divulgação da produção de trabalhos científicos, culturais, inovações tecnológicas e metodológicas com poder capaz de contribuir significativamente para o desenvolvimento de uma ou várias áreas do conhecimento por meio da realização de eventos denominados Feiras de Ciências ou Mostras Científicas, nas quais agrupam participantes que trazem, mostram e explanam seus trabalhos pessoalmente utilizando recursos diversos como imagem, vídeo, som, desenhos, textos etc. para ilustrar a apresentação ao público presente. Pode também ser definida como um espaço para exposição, apresentação e discussão de trabalhos e projetos técnico-científicos elaborados por alunos e servidores das escolas de Ensino Fundamental e Médio das redes municipal, estadual e particular.

Nessa linha das escolas públicas destaca-se no ano em curso, precisamente no último dia 4 de novembro, no Estacionamento Marron, do Shopping Passeio das Águas, região norte da Capital, a II Mostra Científica e Cultural dos colégios estaduais Aécio Oliveira de Andrade, Damiana da Cunha e Castro Alves.

O evento foi promovido pelos professores das escolas para os alunos dos três turnos das diversas modalidades de ensino. De professores de ensino público para alunos de ensino público de forma gratuita! Esses professores conseguiram montar 48 barracas com experimentos que variavam desde bobina de Tesla a simulador de voo, além de muitos outros experimentos. Foram mais de mil e quinhentos alunos envolvidos na mostra. Um espaço para palestras, com temas diversos, e um palco para as apresentações culturais, tais como música, dança, Kung fu foram montados, além de um planetário inflável e mais, muito mais...

O público adorou, pois todos estão ávidos pelo conhecimento formal, informal, não formal.
Esses professores provaram que sempre é possível fazer Mais. Mostraram que não devemos desistir do caminho da formação de professores. O que foi realizado ali é digno de louvor. Vocês não arrumam desculpas e não desistem de fazer o que deve ser feito mesmo sendo atacados diariamente em suas profissões.

Alunos, professores e público presente sintam-se aplaudidos pelo espetáculo. Parabéns a todos os envolvidos e obrigado ao Shopping Passeio das Águas pelo espaço.

Gilson Vasco

Escritor