Recentemente
recebi uma prazerosa missão de acompanhar um grupo de universitários à cidade
maravilhosa. Embora eu estivesse muito atarefado aquela incumbência seria um
colírio para os meus olhos, um transbordar de alma lavada e um mergulho no mar
da cura do estresse.
Ir à Cidade
Maravilhosa, andar sobre a Rio Niterói, contemplando a Baía de Guanabara, ver
de perto o Corcovado, perambular pelo Jardim Botânico, assistir a uma partida
de futebol do time favorito no Maracanã, visitar o Cristo Redentor são sonhos
de muitos e realização de poucos.
Fiz tudo isso
e achei uma maravilha, aliás, ver o Cristo foi a sétima maravilha! Tudo estava
muito bem e muita coisa eu esperava ainda, pois eu estava na Cidade dos
Quarenta Graus. Ansioso armei acampamento no calçadão de Copacabana e de famoso
só tinha eu que mesmo assim não fui visto por ninguém. Continuei entusiasmado e
mudei para a Praia de Ipanema, mas a Garota que vem e que passa não apareceu.
Seguir para a Praia do Leblon e, com muita paciência, conseguir atravessar a
faixa de pedestres, mas o tempo fechou... Então, me sentei sobre a Pedra do
Arpoador e contemplei a natureza. Lá, sob o pôr do sol, eu tentei escrever um
poema que falasse de amor, mas a Mulata Carioca dos meus sonhos não apareceu.
Não fiquei
muito triste porque levei comigo uma divina do corpo dourado e a grana que
paguei para visitar os pontos turísticos da Cidade Maravilhosa foi uma merreca
para um desempregado feito eu: trinta ali, quarenta acolá, sessenta para
almoçar, setenta para lanchar... E daí? O importante é que tudo era lindo e
cheio de graça.
Gilson Vasco
Escritor
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