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Para quem acredita na existência de Deus, há sempre uma luz radiante, ainda que a vida pareça mergulhada em profunda escuridão. Chega um momento que precisamos nos libertar dos grilhões, das amarras e correntes que nos enclausuram num pequeno mundo, sairmos da nossa caverna e irmos de encontro à luz.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A Quarta Revolução Industrial


Já disse em outras publicações que bastou o homem primitivo aprender a dominar o fogo e a utilizar o carvão como fonte de energia para, a partir do século XVIII, revolucionar o mundo através do surgimento de tecnologias. O conhecimento científico desencadeou em um contínuo processo de evolução, contribuindo com a criação de novas tecnologias capaz de revolucionar a indústria. A Inglaterra foi palco da Primeira Revolução Industrial, porém, nada demorou para que outros países ingressassem nesse modelo de produção industrial. A partir de meados do século XIX, a Revolução Industrial embarcou em uma nova etapa intensamente distinta da Primeira Revolução Industrial. Acontecia, então, a Segunda Revolução Industrial, provocada pela crescente necessidade de novas tecnologias e pelo emprego irrestrito da eletricidade, pelo uso do motor e pela invenção do telégrafo. Após a segunda metade do século XX e depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo entrou em uma fase de intensos desenvolvimentos na arena tecnológica, fundindo conhecimento científico, tecnologia e produção industrial. Nascia nesse momento a Terceira Revolução Industrial, marcada pela robótica, biotecnologia, genética e globalização.

Atualmente, estamos vivenciando o despontar da Quarta Revolução Industrial que, apesar de juntar os mundos físico, digital e biológico e fazer parecer diferente de todas as outras revoluções industriais anteriormente surgidas, de fato não é e não há nada nela de assustador. O que há, de peculiar, talvez, seja o caráter desafiador, ou seja, o fato desta apresentar avanços, alcances e impactos numa velocidade sem precedentes na história. Mas, ainda assim, a velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução apresentam resquícios das anteriores, basta pensarmos nos feitos da Primeira Revolução Industrial quando a sociedade, a economia e o espaço geográfico se tornaram bem mais complexos. Ora, se no início, o feito tecnológico que mudou o mundo foi a máquina a vapor, a tendência agora são as tecnologias digitais, físicas e biológicas. O que quer dizer que as transformações serão regidas pela engenharia genética, pela robótica, pela nanotecnologia e pela neurotecnologia.

Desta nova Revolução Industrial é interessante saber que nada surge do acaso, isto é, acontece após três processos históricos transformadores. Ora, o primeiro caracterizado pelo compasso entre produção manual à mecanizada; o segundo, assinalado pela eletricidade e manufatura em massa;  e o terceiro marcado pela chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. Então, o quarto artifício industrial não poderia ser diferente, uma vez que a tecnologia não se permite ser retrógrada, tampouco, caminhar pela inércia. É chegado o momento de automatizar as fábricas com o que há de mais avançado sistema ciberfísico.


Claro que do mesmo modo, ou com efeitos mais drásticos ainda do que aqueles causados pela Terceira Revolução Industrial, a Quarta Revolução Industrial está aumentando a desigualdade na distribuição de renda, desajustes no mercado empregatício e acarretando todo tipo de dilemas de segurança geopolítica. Mas é um processo inevitável pela humanidade. Quem estiver presente neste Planeta só vai restar uma coisa a fazer: acostumar com nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones, impressoras três dês e nunca se surpreender ao chamar um táxi a partir de um celular e ver chegar um carro voador autopilotado.

Gilson Vasco

Revoluções Industriais



Bastou o homem primitivo a aprender a arte de dominar o fogo para iniciar o artifício do polimento de pedras, da fundição dos metais encontrados em forma natural, da produção de utensílios, da confecção de armas para a caça e defesa, da descoberta do carvão e da invenção da roda para começar um processo que hoje chamamos de Revolução Industrial, graças a um de seus grandes feitos: a invenção da máquina a vapor, em meados do século XVIII. Sim, depois da descoberta do fogo, a máquina a vapor transformou e revolucionou o mundo, uma vez que, até então, o principal combustível era o carvão. Com o aperfeiçoamento das máquinas, aplicação de novas técnicas e o surgimento de outros instrumentos, o domínio de novas tecnologias ficava cada vez mais intenso e o estabelecimento de novas formas de produção originou, na Inglaterra e ganhou o mundo, a Primeira Revolução Industrial.

A Primeira Revolução Industrial tornou a sociedade mais complexa, modificou significativamente a economia, transformou o espaço geográfico, deu origem a novas profissões, aumentou a produção de artigos de consumo e, consequentemente, surgiram mais fábricas, novas ferrovias foram estruturadas e povos foram explorados.

Um fator interessante que merece destaque é que no início da Revolução Industrial, as descobertas que impulsionaram o modo de produzir não eram vinculadas aos achados científicos, isto é, abrolhavam da relação direta com o trabalho, entretanto, na segunda fase da Revolução Industrial, os instrumentos mais complexos e as novas matérias-primas, exigiam novas formas de manuseios, requerendo estudos e pesquisas ligados à ciência moderna. Desse modo, terminando o século XIX, o mundo assistia a uma revolução tecnológica resultante da fundição entre ciência e tecnologia, dando origem aos primeiros motores elétricos, iniciando a transmissão de energia elétrica a longas distâncias através de cabos, ao surgimento das primeiras lâmpadas elétricas, ao aperfeiçoamento da comunicação por meio do telefone e do telégrafo sem fio e ao dinamismo ao uso do petróleo como combustível. Diferentemente da produção que era artesanal, nascia nesse contexto a produção de mercadorias padronizadas, feitas em série e em larga escala para o consumo em massa.

 Na Segunda Revolução Industrial, entre meados do século XIX e meados do século XX, além do lançamento ininterrupto de novos produtos, da fabricação de novos instrumentos, do aperfeiçoamento de máquinas (muitas das quais agora operavam pelo comando de computadores), da utilização e aprimoramento de equipamentos de informática e de robôs, múltiplas invenções como o automóvel, o telefone sem fio, o televisor, o rádio, o avião e etc. também passaram a ser produzidos e comercializados.

Podemos dizer que a Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecnocientífica surge no fim da Segunda Guerra Mundial quando a economia internacional começa a sofrer densas alterações e os avanços tecnológicos iniciados sem espanto durante a segunda fase da Primeira Revolução Industrial passaram a atingir ritmos bastante acelerados.


Modernamente, estamos vivenciando o despontar da Quarta Revolução Industrial que, apesar de fundir os mundos físico, digital e biológico e fazer parecer diferente de todas as outras anteriormente surgidas, de fato não é e não há nada nela de assustador. Mas, por apresentar características ímpares, trataremos dela em artigo separado, em ocasião oportuna.

Gilson Vasco

A tecnologia e suas revoluções


Não é nenhum exagero em afirmar que a tecnologia, conjunto de conhecimentos técnicos, acompanha o homem desde os primórdios da humanidade. Se pensarmos, por exemplo, na descoberta e domínio sobre o fogo, na invenção da roda e na fabricação de instrumentos pontiagudos a partir de gravetos ou pedras para a caça e para a própria defesa fica evidente que todos esses instrumentos podem ser considerados frutos tecnológicos, ­à sua época, haja vista que, a partir do momento em que o homem primitivo passa a dominar o fogo, por conseguinte, atinge também o artifício da produção de utensílios e da confecção de armas via fundição de metais descobertos em forma bruta. Verdade é que desde as primícias do ser humano, ainda que num processo inicialmente a passos lentos, o homem vem inventando e aperfeiçoando aparatos sem ao menos perceber que os resultados de suas criações são, de fato, produtos da tecnologia.

Não consigo enxergar por outra ótica, ora, é evidente que a tecnologia que acompanha o homem desde sua criação alcançaria os mais diversos campos, como alimentício, têxteis, habitacional, protetivo, relacional, social, natural, informativo, esportivo, musical, planetário, astronômico, geográfico, histórico, matemático, agrícola, escrita, elétrico, eletrônico, automático e se revolucionaria aperfeiçoando aparatos outrora criados e inventaria novos instrumentos e novas formas para satisfazer o ser. E, assim foi inventada, no século XVIII, a máquina a vapor; no século XIX, os trilhos de ferros; bem como, já no século XX, a descoberta, manejo e utilização da eletricidade, do petróleo, do automóvel e do avião. Nesses mesmos parâmetros terrestres e aéreos tecnológicos surgem e sofre evolução a navegação aquática e subaquática, de modo que, com o domínio das técnicas de manuseio dos metais, ia aos poucos, revolucionando a tecnologia para a transformação da vida em todo o Planeta.

Com o passar dos tempos a tecnologia sofreu tantas revoluções que na atualidade se tornou tão comum e natural falar em globalização, evolução da genética, das comunicações (telefonia fixa e móvel, fibra óptica, internet), da robótica, da nanotecnologia, da inteligência artificial, da imagem teletransportada, etc., de forma que, modernamente, as revoluções tecnológicas vem manifestando na velocidade da luz, dada a eficiência de a própria tecnologia apadrinhar a origem de outras novas tecnologias ainda mais avançadas.


Por fim, a revolução tecnológica, pode também ser ligeiramente conceituada como as descobertas, invenções e criações do homem, capaz de refletir, intensamente nos conhecimentos, na cultura, nos costumes e nos métodos da humanidade e no meio ambiente. 

Gilson Vasco

Chegou a era dos carros voadores!



Cresci ouvindo de parentes próximos que, pelos idos de 1945, ao término da Segunda Guerra Mundial, meu avô materno quase teve sua vida ceifada. Não que ele tivesse participado do conflito. Morava nos confins do mundo, onde os efeitos do combate, talvez, nunca chegassem. Grande fora o medo e ofegante fora a correria ao ter visto pela primeira vez um objeto estranho e barulhento sobrevoando o céu daquele reduto. Para meu avô aquilo era o prenúncio do fim do mundo, para os mais experientes era simplesmente mais um fruto da revolução tecnológica.

Ora, o primeiro voo do primeiro avião, o 14-Bis, aconteceu em Paris, na França em 23 de outubro de 1906, chamando a atenção de todo o mundo, ao saber que o homem podia voar, e menos de cinco anos após o primeiro voo da máquina de Alberto Santos Dumont, inventor brasileiro, a Itália já fazia uso do novo e revolucionário aparato aéreo no transporte e lançamento de bombas de guerra. Hoje, passadas apenas onze décadas, o avião se tornou, para a humanidade, um meio aéreo comum e necessário ao mesmo tempo.

Diante disso, já imaginou quão bom seria a criação de carros voadores para alguém que quisesse ficar livre dos congestionamentos e engarrafamentos provocados pelo excesso de carros nas ruas das  metrópoles? Se depender das fábricas de automóveis a nova tecnologia poderá fazer parte do nosso cotidiano muito em breve!

Ora, o fato é que há muito, a tecnologia vem influenciando quase todas as áreas e atividades desenvolvidas pelo ser humano em qualquer lugar do mundo, até mesmo aquelas mais simples realizadas no dia a dia. Daí, de modo geral, ser a tecnologia um produto da ciência e da engenharia, um conhecimento capaz de transformar o meio e permitir a invenção e produção de objetos fabricados para suprir as necessidades. Assim, um artefato tecnológico surge quando há uma necessidade específica de satisfação ou quando há uma necessidade de resolução de algum problema. ­

Os engarrafamentos é um dentre muitos e, pensando nisso, diversas empresas já trabalham no desenvolvimento de protótipos de carros voadores, os quais, depois de prontos, testados e aprovados passarão a fazer parte do nosso mundo real, inclusive alguns criadores mais ousados planejam testar seu protótipo ainda neste ano! O projeto é tão ousado que a intenção é que os carros voadores sejam autopilotos e que as pessoas reservem o veículo através de um aplicativo, por meio do celular.

Mas, afinal, quais seriam os benefícios e malefícios dessa nova criação? Bem, se a tecnologia, por si só, não pode ser nem boa nem ruim, a utilidade dos seus frutos vai depender de quem os usam e para quais fins, ou seja, se ela pode ser usada para melhorar a produtividade do trabalho humano, reduzir o esforço físico e aumentar a qualidade de vida da população, ou possa causar diferenças sociais, poluir o meio ambiente e causar desemprego.

Todavia, no caso específico dos carros voadores, serão elétricos e vão utilizar as vias aéreas isso vai evitar a poluição e ajudar a reduzir os custos de infraestrutura das cidades, uma vez que, por meio do voo, não é preciso investir tanto em vias terrestres, pontes e viadutos. Já em relação a se os riscos de acidentes e colisões que geram prejuízos, lesões corporais e mortes vão diminuírem, somente vamos saber depois que os aparelhos forem colocados definitivamente em uso.

Gilson Vasco




sábado, 10 de junho de 2017

Tipos de Gramática (V) - Final


 A chamada Gramática Comparada, ou Linguística Comparada como outros também a chamam, surgiu no século XVII, e só ganhou força no século XIX, com os pensamentos voltados para a ideia de um ideal universal das línguas, tendo como referentes razões bíblicas, crenças, formação de uma gramática universal, preocupando-se então com os aspectos diacrônicos das línguas, como elas evoluem, assim sendo, buscavam compará-las e  assim encontrar parentescos entre as diversas línguas.

Podemos citar como um nome extremamente relevante dessa época, o alemão Franz Bopp (1791-1867), considerado o fundador da Gramática Comparada, o mesmo, escreveu um livro sobre a conjugação do sânscrito, abrindo novas perspectivas para a linguística, sendo considerado um filólogo do sânscrito.

Com a comparação do sânscrito com outras línguas, notou-se parentesco entre o sânscrito, línguas gregas, latinas, persas e germânicas, atribuindo a essa "família" de línguas o nome de Indo-Europeias. Os estudiosos que voltam seus estudos para as línguas Indo-Europeias, consideram essas línguas sendo de uma mesma família com uma origem em comum, o Indo-Europeu, o que poderíamos chamar de proto-língua. Essa observação foi percebida através do método comparativo.
 Eni Orlandi, diz que a grande contribuição das Gramáticas Comparadas foi evidenciar que as mudanças sofridas pelas línguas são regulares, têm uma direção. Não são caóticas como se pensava. No século XIX, para mostrar a regularidade das mudanças, alguns gramáticos históricos, os neogramáticos chegaram a enunciar leis para as mudanças da língua: as leis fonéticas. Por elas, os estudiosos procuravam explicar a evolução da língua. 

Devido aos neogramáticos que a língua  deixou de ser vista como um organismo que se desenvolve por si e passou a ser vista como um coletivo.

Então, a Gramática Comparada constitui-se no século XIX, a partir dos trabalhos de Franz Bopp. Caracterizou-se pela utilização do método comparativo, que consiste em comparar formar semelhantes de línguas consideradas como sendo da mesma família de línguas. A Linguística Comparada,  tem como objetivo estabelecer correspondências entre línguas para poder estabelecer suas relações de parentesco. A gramática comparativa estuda a analogia entre um grupo de línguas congêneres.

Enfim, chegamos ao final de mais uma série de artigos sobre a Gramática. Claro que vimos apenas alguns tipos de Gramáticas, muitos outros, dependendo da língua, são existentes e não foram vistos por nós, nestas oportunidades.


Gilson Vasco

Tipos de Gramática (IV)


Já vimos que a Gramática é a disciplina que orienta e regula o uso da língua, estabelecendo um padrão de escrita e de fala baseado em diversos critérios como os escritores, a lógica, a tradição ou o bom senso. Também sabemos que a matéria-prima da Gramática é o sistema de normas que dá estrutura a uma língua e que são essas normas que definem a chamada língua padrão, língua culta ou norma culta.

Há muito já sabemos que o chamado estudo dos fatos da língua, começado pelos gregos e continuado principalmente pelos franceses, era chamado genericamente de Gramática e procurava, sobretudo, estabelecer regras. Logo, veio a Filologia, que, comparando textos de épocas distintas e decodificando línguas arcaicas, passou a se ocupar também da história literária e dos costumes de cada região. Dessa forma, foram se definindo a Gramática Histórica, chamada por alguns gramáticos e pesquisadores de Linguística Histórica ou Diacrônica.

Assim, podemos dizer que a Gramática Histórica se ocupa de estudar a evolução dos diversos fatos da língua desde a sua estirpe até a época presente, ou ainda, de analisar a evolução histórica de uma língua, isto é, pode-se dizer que a Gramática Histórica é a apresentação metódica da história interna de uma língua.

Também podemos entender a Gramática Histórica como sendo aquela que estuda uma sequência de fases evolutivas de um idioma (Bechara, 1968). Estuda a origem e a evolução de uma língua, acompanhando-lhe as fases desde seu aparecimento até o momento atual (Travaglia, 2005:36).
Como a Gramática Histórica propõe-se a estudar os fatos de uma língua em sucessivas épocas ou em épocas anteriores à nossa alguns preferem chamá-la de linguística diacrônica, por só considerarem gramática, em seu verdadeiro sentido, a Gramática Normativa.

Pois bem, sabemos que a Linguística Diacrônica cuida da analise de fenômenos linguísticos nos diferentes momentos históricos da língua a que pertence e diferencia-se da Linguística Sincrônica que estuda a língua num momento histórico determinado, atual ou não.


 Gilson Vasco

Tipos de Gramática (III)


A chamada Gramática Descritiva  destina-se a descrever ou explicar as línguas tais como elas são faladas. Explicita as regras que realmente são utilizadas pelos falantes. Descreve como se dá o funcionamento da língua e seus usos; é o conjunto de regras sobre o funcionamento de uma língua nos mais diversos aspectos ou níveis. A principal diferença em relação à gramática normativa, é que, na primeira, há a preocupação em ditar regras que muitas vezes só são observadas na escrita, enquanto que a Gramática Descritiva explicita as regras que os falantes sabem e que usam no dia a dia. 

Sob a ótica de Silva (1999, p. 15-16), a chamada gramática descritiva tem por objetivo descrever as observações linguísticas atestadas entre os falantes de uma determinada língua. Sem prescrever normas ou definir padrões em termos de julgamento de correto/incorreto, busca-se documentar uma língua tal como ela se manifesta no momento da descrição. Nessa perspectiva, a gramática descritiva tem uma visão despida de qualquer preconceito linguístico. O seu campo de atuação é mais amplo, visto que contempla toda a diversidade, não se restringindo à abordagem da variante padrão.

A gramática descritiva ou sincrônica (do grego syn- 'reunião', chrónos 'tempo') é o estudo do mecanismo pelo qual uma dada língua funciona, num dado momento, como meio de comunicação entre os seus falantes, e da análise da estrutura, ou configuração formal, que nesse momento a caracteriza. A gramática descritiva propõe-se a descrever as regras da língua falada, as quais independem do que a gramática normativa prescreve como "correto". Segundo Possenti, "é a que orienta, o trabalho dos linguistas cuja preocupação é descrever e/ou explicar as línguas tais como elas são faladas." Assim, diferentemente da gramática normativa, na gramática descritiva, as regras derivam do uso da língua.

A partir da constatação de que a gramática normativa não era capaz de dar conta do uso real da língua por seus falantes, surgiram outras concepções e, consequentemente, outras acepções de gramática. TRAVAGLIA cita três tipos de gramática: normativa (também chamada tradicional), descritiva e internalizada ou implícita.

A gramática descritiva está ligada a uma determinada comunidade linguística e reúne as formas gramaticais aceitas por estas comunidades. Como a língua sofre mudanças, frequentemente muito do que é prescrito na gramática normativa já não é mais usado pelos falantes de uma língua. A gramática descritiva não tem o objetivo de apontar erros, mas sim identificar todas as formas de expressão existentes e verificar quando e por quem são produzidas.

Enquanto a gramática normativa considera como erro o uso de formas diferentes da norma culta da língua (tornada oficial), na perspectiva da gramática descritiva, o erro gramatical não existe, ou, explicando melhor: ao adotar um critério social, não linguístico, de correção, a gramática descritiva considera erradas apenas as formas ou estruturas gramaticais não presentes regularmente nas variedades linguísticas reconhecidas pelos falantes de uma língua.

Enfim, a “gramática descritiva” objetiva estudar a língua em suas diferentes manifestações, rompendo com qualquer tipo de estigma.

Referências:

NASCIMENTO, Milton; TISO, Wagner. (Adaptação musical). Cuitelinho. In: A arte de Milton Nascimento. Rio de Janeiro, Polygram, 1988.
SILVA, Taís Cristófaro. Fonética e Fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 2.ed. São Paulo: Contexto, 1999.
MATTOSO CAMARA JR, Joaquim Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2004; p.11.
Gramáticas - Normativa, descritiva e internalizada, por Alfredina Nery.
POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado das Letras, 1996, apud "Crenças de professores de Português sobre o papel da gramática no ensino de Língua Portuguesa", por Fabio Madeira. Linguagem & Ensino, Vol. 8, n°. 2, 2005 (17-38)
TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez,2002, apud Fabio Madeira, op.cit..


Gilson Vasco

Tipos de Gramática (II)


Em artigos anteriores tivemos a oportunidade de pincelar acerca da Gramática Normativa e vimos que ela prescreve as regras, normas gramaticais de uma língua e que ela também admite somente uma forma correta para a realização da língua, tratando as variações como erros gramaticais. Vimos que a Gramática Normativa na atualidade é muito criticada pelos gramáticos, pois já se admitem outras gramáticas como a descritiva, a gerativa, etc.

Já sabemos que a Gramática Normativa toma como base as regras gramaticais tradicionais e o  uso da língua por dialetos de prestígio como, por exemplo, obras literárias consagradas, textos científicos, discursos formais, etc. As variedades linguísticas faladas são tratadas como desvio da norma até que sejam dicionarizadas e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais daquela língua. Nada disso é surpresa, é o que já dissemos antes, quando é criado um novo vocábulo, de inicio a gramática não aceita, depois de anos, a gramática acaba se apropriando do vocábulo e passa a tê-lo como fator culto.

Alvo de críticas ou não é a Gramática Normativa extremamente importante para todos os usuários da língua, pois é com ela que se analisam as sentenças produzidas pelos falantes. Dessa maneira, as obras literárias consagradas, textos científicos, discursos formais, etc. são materiais que formam a base para que se obtenham regras gramaticais de cunhos tradicionais. E, sendo assim, as variedades linguísticas faladas são tratadas como desvio da norma culta até que sejam dicionarizadas e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais daquela língua. O que estou insistindo em dizer é que um vocábulo dado hoje como “errado” pela Gramática Normativa pode ser considerado padrão “certo” daqui a cem anos, por exemplo. Ou seja, chega uma hora que a Gramática Normativa precisa “engolir” a língua. É como uma mãe que depois de o filho tanto insistir naquilo negado antes por ela, ela acaba cedendo.

A Gramática Normativa estuda a Fonologia através da ortoépia (estudo da pronúncia correta dos vocábulos), da prosódia (determinação da sílaba tônica) e da ortografia (representação correta da língua escrita)­; na Morfologia estuda a forma dos vocábulos, as classes de palavras e as classes gramaticais; por fim, na Sintaxe estuda a relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período a partir de regras pré-determinadas com relação à concordância, à regência e à colocação pronominal. A Gramática Normativa é uma disciplina e tem por finalidade codificar o uso do idioma, induzindo as normas que representam o ideal da expressão correta. As regras da Gramática Normativa são fundamentadas nas obras dos grandes escritores, onde é colocado um ideal de perfeição da língua como se não houvesse variações de pessoa para pessoa, dependendo do meio e do contexto. É nela que se espelha o uso idiomático que se consagrou.


 Gilson Vasco

Tipos de Gramática (I)


Nos últimos dezoito artigos desta série vimos muito sobre a Gramática da Língua Portuguesa, agora, já caminhando para os últimos artigos da série Língua Portuguesa - Um estudo sobre a Gramática, estudaremos um pouco sobre algumas gramáticas existentes.

Ao longo de nossa leitura percebemos que, entre outras funções, a Gramática regula a linguagem e estabelece padrões de escrita e da fala para os falantes de uma língua. Graças a ela, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua, da língua portuguesa, no nosso caso.

É papel da Gramática ultrapassar a visão reducionista que faz da língua um aglomerado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. Sabemos que a Gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável são os falantes, ou seja, os agentes da comunicação. Não é de agora que sabemos que a língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Daí a existência de várias gramáticas para estudar a mesma ou várias línguas.

A Gramática Normativa é muito utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos. Ela busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Nela, a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos aos falantes da língua. A Gramática Normativa vai estudar a Fonologia através da ortoépia (estudo da pronúncia correta dos vocábulos), da prosódia (determinação da sílaba tônica) e da ortografia (representação correta da língua escrita). Na Morfologia ela estuda a forma dos vocábulos, as classes de palavras e as classes gramaticais. Por fim, na Sintaxe estuda a relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período a partir de regras pré-determinadas com relação à concordância, à regência e à colocação pronominal.

A Gramática Descritiva ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações. Ela analisa um conjunto de regras que são seguidas, considerando as variações linguísticas da língua ao investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico.

A Gramática Histórica estuda a origem e a evolução histórica de uma língua , isto é, investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos.

A Gramática Comparativa estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas. Ela dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, como acabamos de ver, faz parte da Gramática Comparativa das línguas românicas.

Veremos um pouco mais sobre cada uma dessas gramáticas, separadamente, em artigos posteriores.

Fontes:
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. 1915-1991. Gramática Normativa da língua portuguesa. - 45ª edição - Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
http://www.partes.com.br/educacao/gramaticanormativa.asp

Gilson Vasco

Língua Portuguesa - Um estudo sobre a Gramática (XVIII) - Final


Em artigo anterior já vimos que a língua é um sistema tríplice que compreende um sistema de formas (mórfico), um sistema de frases (sintático) e um sistema de sons (fônico), por isso, a Gramática tradicionalmente divide-se em Morfologia, Sintaxe e Fonologia/Fonética, porém, assim como muitos gramáticos eu também costumo incluir uma quarta parte, (para fins de informação há também autores que acrescenta outra parte chamada de Estilística, que estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras. Além disso, estabelece princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais no que se refere ao uso da língua. Mas isso ficará para quem sabe em outra oportunidade) a Semântica, que se ocupa dos significados dos componentes de uma língua, haja vista que em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico, portanto, entendo que a Semântica também deva ser analisada em tópico à parte, como fizemos com as outras três partes gramaticais.

Mas afinal, o que é a Semântica? A Semântica é um ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases e textos de uma língua. A semântica está dividida em descritiva ou sincrônica e em histórica ou diacrônica. Se descritiva ou sincrônica  estuda o sentido atual das palavras e se em histórica ou diacrônica estuda as mudanças que as palavras sofreram no tempo e no espaço.

A semântica descritiva estuda o significado das palavras e também as figuras de linguagem. O estudo do significado das palavras pode ser dividido em: sinonímia, antonímia, homonímia e paronímia.

Sinonímia é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: cara/rosto, quarto/dormitório, casa/lar/morada. Da Sinonímia podemos dizer também que é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possuem significado ou sentido semelhante.

Se observarmos as três frases a seguir: A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse; A menina recusou energeticamente ao pedido para que comesse; A mocinha rejeitou impetuosamente ao pedido para que comesse. Veremos que os substantivos “garota”, “menina” e “mocinha” têm um mesmo significado, sentido, todos correspondem e nos remete à figura de uma jovem. Assim também são os verbos “renunciou”, “recusou” e “rejeitou”, que nos transmite ideia de repulsa, de “não querer algo” e também os advérbios que nos fala da maneira que a ação foi cometida “veementemente”, “energeticamente” e “impetuosamente”, ou seja, de modo intenso. Podemos concluir, a partir dessa análise, que sinonímia é a relação das palavras que possuem sentido, significados comuns. O objeto possuidor da maior quantidade de sinonímias ou sinônimos que existe é, com certeza, o dicionário.

Antonímia é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, ou seja, antônimos. Exemplos: amor/ódio, dia/noite, calor/frio. Vejamos mais alguns exemplos de antonímia aplicados em algumas frases a seguir: A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse; A senhora aceitou passivamente ao pedido para que comesse. Percebemos que “garota” tem significado oposto à “senhora” assim como os verbos “renunciou” e “aceitou” e os advérbios “veementemente” e “passivamente”. Assim, quando opto por uma palavra opto também pelo seu significado que de alguma forma remete a outro sentido, em oposição.

Homonímia é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém, possuem a mesma forma e som, ou seja, os homônimos. Essas sofrem uma subdivisão: homófonas, homógrafas e perfeitas. Exemplos de homófonas: acento/assento, conserto/conserto; exemplos de homógrafas: pode/pode, olho/olho; exemplos de perfeitas: rio/rio, são/são/são; paronímia é o estudo da particularidade de duas palavras que apresentam semelhança na grafia e na pronúncia, mas têm significados diferentes. Exemplos: eminente/iminente, absolver/absorver. Explicando mais claramente, homonímia é a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica. As homônimas podem ser homógrafas heterofônicas (ou homógrafas), homófonas heterográficas (ou homófonas), homófonas heterográficas (ou homófonas) e homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos).

As homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) / gosto (1.ª pessoa do singular presente do indicativo - verbo gostar); conserto (substantivo) / conserto (1.ª pessoa do singular, presente do indicativo - verbo consertar).

Homófonas heterográficas (ou homófonas) são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) / sela (verbo); cessão (substantivo) / sessão (substantivo); cerrar (verbo) / serrar (verbo).
Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) / cura (substantivo); verão (verbo) / verão (substantivo); cedo (verbo) / cedo (advérbio).

A semântica estuda também a denotação e a conotação das palavras. A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o significado original. Exemplos: As estrelas do céu. Vesti-me de vermelho. O fogo do isqueiro. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações. Exemplos: As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores. O fogo da paixão.

Gilson Vasco

Língua Portuguesa - Um estudo sobre a Gramática (XVII)


Assim como a Morfologia, a Sintaxe e a Semântica, (ou também a Estilística que para outros autores estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras) a Fonética e a Fonologia também fazem parte da Gramática. Talvez vocês estejam se perguntando o motivo do autor desta série de artigos sobre a Gramática da Língua Portuguesa não ter apresentado a Fonética e a Fonologia separadamente. Uma não se diferencia da outra?  Eu também, por muito tempo, me perguntava sobre a razão da sua não separação, mas hoje tenho claramente a resposta, a qual dividirei com todos. A fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas (aparelho fonador). Cabe a ela descrever os sons da linguagem e analisar suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela fundamenta-se em estudar os sons da voz humana, examinando suas propriedades físicas independentemente do seu “papel linguístico de construir as formas da língua”. Sua unidade mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone, enquanto a fonologia estuda as diferenças fônicas intencionais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de significação; a fonologia estabelece a relação entre os elementos de diferenciação e quais as condições em que se combinam uns com os outros para formar morfemas, palavras e frases. Sua unidade mínima de estudo é o som da língua, ou seja, o fonema. Assim, uma estuda o som e a outra o fonema, porém, as duas tratam dos aspectos fônicos, físicos e fisiológicos de uma língua. Daí, este autor não considerar a necessidade de trabalhar com a Fonética e a Fonologia separadas, ainda que a Fonética se diferencie da Fonologia por considerar os sons independentes das oposições paradigmáticas e combinações sintagmáticas.

 A fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas (aparelho fonador). Cabe a ela descrever os sons da linguagem e analisar suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela fundamenta-se em estudar os sons da voz humana, examinando suas propriedades físicas independentemente do seu “papel linguístico de construir as formas da língua”. Sua unidade mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone.

À fonologia cabe estudar as diferenças fônicas intencionais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de significação; estabelecer a relação entre os elementos de diferenciação e quais as condições em que se combinam uns com os outros para formar morfemas, palavras e frases. Sua unidade mínima de estudo é o som da língua, ou seja, o fonema.

A Fonética se diferencia da Fonologia por considerar os sons independentes das oposições paradigmáticas e combinações sintagmáticas. Observe no esquema:

A Fonética e a Fonologia são duas disciplinas interdependentes, uma vez que, para qualquer estudo de natureza fonológica, é imprescindível partir do conteúdo fonético, articulatório e/ou acústico, para determinar as unidades distintivas de cada língua. Desta forma, a Fonética e a Fonologia não são dicotômicas, pois a Fonética trata da substância da expressão, enquanto a Fonologia trata da forma da expressão, constituindo, as duas ciências, dentro de um mesmo plano de expressão.

Segundo Saussure, “a fonética é uma ciência histórica, que analisa acontecimentos, transformações e se move no tempo”. Já a fonologia se coloca fora do tempo, pois o mecanismo da articulação permanece estável de acordo com a estrutura da língua em questão.

Mesmo não sendo uma concepção contemporânea, foi Saussure quem primeiro fez a distinção entre as duas ciências, através do uso de suas dicotomias (Langue/Parole, Forma/Substância). Foi com componentes do Círculo Linguístico de Praga que a Fonologia passa a adquirir seu próprio objeto de estudo.

O termo ‘Fonética’ pode significar tanto o estudo de qualquer som produzido pelos seres humanos, quando o estudo da articulação, da acústica e da percepção dos sons utilizados em línguas específicas. No primeiro tipo de investigação, torna-se evidente a autonomia da Fonética em relação à Fonologia. No segundo tipo de investigação, porém, as relações entre as duas ciências se tornam patentes.


Gilson Vasco