Em artigos anteriores tivemos a
oportunidade de pincelar acerca da Gramática
Normativa e vimos que ela prescreve as regras, normas gramaticais
de uma língua e que ela também admite somente uma forma correta para a
realização da língua, tratando as variações como erros gramaticais. Vimos que a
Gramática Normativa na atualidade
é muito criticada pelos gramáticos, pois já se admitem outras gramáticas
como a descritiva, a gerativa, etc.
Já sabemos que a Gramática Normativa
toma como base as regras gramaticais tradicionais e o uso da língua por
dialetos de prestígio como, por exemplo, obras literárias consagradas, textos
científicos, discursos formais, etc. As variedades linguísticas faladas são
tratadas como desvio da norma até que sejam dicionarizadas e oficialmente
acrescentadas às regras gramaticais daquela língua. Nada disso é surpresa, é o
que já dissemos antes, quando é criado um novo vocábulo, de inicio a gramática
não aceita, depois de anos, a gramática acaba se apropriando do vocábulo e
passa a tê-lo como fator culto.
Alvo de críticas ou não é a Gramática Normativa extremamente importante para todos os
usuários da língua, pois é com ela que se analisam as sentenças produzidas
pelos falantes. Dessa maneira, as obras literárias consagradas, textos
científicos, discursos formais, etc. são materiais que formam a base para que
se obtenham regras gramaticais de cunhos tradicionais. E, sendo assim, as
variedades linguísticas faladas são tratadas como desvio da norma culta até que
sejam dicionarizadas e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais daquela
língua. O que estou insistindo em dizer é que um vocábulo dado hoje como
“errado” pela Gramática Normativa pode ser considerado padrão “certo” daqui a
cem anos, por exemplo. Ou seja, chega uma hora que a Gramática Normativa
precisa “engolir” a língua. É como uma mãe que depois de o filho tanto insistir
naquilo negado antes por ela, ela acaba cedendo.
A Gramática Normativa estuda a Fonologia através
da ortoépia (estudo da pronúncia correta dos
vocábulos), da prosódia (determinação da sílaba tônica) e
da ortografia (representação correta da língua escrita); na Morfologia estuda
a forma dos vocábulos, as classes de palavras e as classes gramaticais; por
fim, na Sintaxe estuda
a relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um
período a partir de regras pré-determinadas com relação à concordância, à
regência e à colocação
pronominal. A Gramática Normativa é uma disciplina e tem por
finalidade codificar o uso do idioma, induzindo as normas que representam o
ideal da expressão correta. As regras da Gramática Normativa são fundamentadas
nas obras dos grandes escritores, onde é colocado um ideal de perfeição da
língua como se não houvesse variações de pessoa para pessoa, dependendo do meio
e do contexto. É nela que se espelha o uso idiomático que se consagrou.
Gilson Vasco
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