A Gramática se apropria de um sistema de normas, como matéria-prima,
sistema que dá estrutura à língua. São essas normas quem definem a língua
padrão, ou a língua culta ou ainda a norma culta, caso queira tratá-la assim. Desse
modo, para falar e escrever corretamente, é vistoso que se beba na fonte da
Gramática, ou seja, é necessário que se estude a Gramática Normativa.
Diz-se da Gramática Normativa detentora da principal função de regular a linguagem e estabelecer
padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua. Assim, graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando
unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua. É ela, a
Gramática Normativa, quem prescreve as regras, normas gramaticais de uma
língua. E é justamente fazendo a prescrição que reconhece a admissão de somente
uma forma dada como correta para a realização da língua, e, ao fazer dessa
maneira, trata de modo preconceituoso as variações como sendo erros
gramaticais. Daí, ser na atualidade, objeto de duras críticas de
gramáticos, principalmente os adeptos de Ferdinand de Saussure, linguista
suíço, uma vez que já se é dada a admissão de outras gramáticas como a funcional,
a descritiva, a gerativa, etc.
Considera-se a Gramática Normativa como sendo a gramática das regras. É,
portanto, aquela vista na escola! É ela, a Gramática Normativa quem norteia o “certo” e o “errado” no
uso da linguagem, seja fala, seja escrita. Não há como negar, a Gramática possui
seu valor em sala de aula, uma vez que ela dita os certames dos ensinamentos da
língua para os alunos, mostrando-os como se comunicarem em situações mais
formais da língua, situações nas quais se torna necessário o uso do código
gramatical tido como padrão pelos estudiosos da língua.
Alvo de críticas ou não é a Gramática Normativa extremamente importante para todos os
usuários da língua, pois é com ela que se analisam as sentenças produzidas pelos
falantes. Dessa maneira, a Gramática Normativa toma como base as regras
gramaticais tradicionais e o uso da língua por dialetos de prestígio. As obras
literárias consagradas, textos científicos, discursos formais, etc. são
materiais que formam a base para que se obtenham regras gramaticais de cunhos
tradicionais. E, sendo assim, as variedades linguísticas faladas são tratadas
como desvio da norma culta até que sejam dicionarizadas e oficialmente
acrescentadas às regras gramaticais daquela língua. O que estou dizendo é que
um vocábulo dado hoje como “errado” pela Gramática Normativa pode ser
considerado padrão “certo” daqui a cem anos, por exemplo. Ou seja, chega uma
hora que a Gramática Normativa precisa “engolir” a língua. É como uma mãe que
depois de o filho tanto insistir naquilo negado antes por ela, ela acaba
cedendo.
Mas, afinal, para que serve a Gramática, se,
contudo, não possa ser desprezível? A
Gramática Normativa tem a funcionalidade de estabelecer normas para o uso da
língua, sendo, então, precisa para padronizar a utilização da língua materna. Querendo
ou não é ela, a Gramática Normativa, codificadora do uso do idioma, induzindo
as normas que representam o “ideal” da
expressão “correta”. Assim, os escritores que não
são regionalistas fazem uso da linguagem “correta” dada sua
essência como aquela que está dentro dos padrões da norma culta. Em suas obras
regidas por regras da Gramática Normativa é colocado um ideal de perfeição da
língua como se não houvesse variações de pessoa para pessoa, dependendo do meio
e do contexto. É nela que se espelha o uso idiomático que se consagrou como
sendo o “certo”.
Já os escritores
regionalistas, por mais admiráveis que possam ser, não são vistos como exemplo
para a Gramática Normativa, pois ela não considera o “desvio” da norma
como parte de seu estudo e de suas análises.
Fontes:
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. 1915-1991. Gramática Normativa da língua portuguesa. - 45ª edição - Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. 1915-1991. Gramática Normativa da língua portuguesa. - 45ª edição - Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
http://www.partes.com.br/educacao/gramaticanormativa.asp
Arquivado em: Linguística
Gilson Vasco
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