Já vimos ao longo de
nossa série de artigos que em português, existem dez classes gramaticais, ou
classes morfológicas, ou ainda classes de palavras. Vimos também que dessas dez
classes, seis são variáveis, isto é, flexionam-se, indo ao plural, ou feminino,
ou superlativo (substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral e pronome), e
quatro são invariáveis, ou seja, não sofrem variações (advérbio, conjunção,
interjeição e preposição).
Nos nossos últimos
artigos tivemos a oportunidade de estudarmos cada uma das seis classes
variáveis, agora, terminado o estudo das variáveis e seguindo com a nossa série
sobre Língua Portuguesa, um estudo sobre a Gramática estudaremos as quatro
classes gramaticais invariáveis, iniciando hoje pela classe dos advérbios.
Advérbios são palavras que modificam um verbo, um
adjetivo ou um advérbio, indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo,
intensidade,…). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau, mas teremos a chance
de verificar isso mais adiante, já que neste momento é mais interessante saber que
os advérbios se classificam em advérbio de lugar, de tempo, de modo, de
afirmação, de negação, de dúvida, de intensidade, de inclusão, de exclusão e de
ordem. Dessa forma, podemos exemplificar da seguinte maneira:
Advérbio
de lugar: aqui, ali, atrás, longe, perto, embaixo;
Advérbio
de tempo: hoje, amanhã, nunca, cedo, tarde, antes;
Advérbio
de modo: bem, mal, rapidamente, devagar, calmamente,
pior;
Advérbio
de afirmação: sim, certamente, certo,
decididamente;
Advérbio
de negação: não, nunca, jamais, nem,
tampouco;
Advérbio
de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente,
provavelmente, porventura;
Advérbio
de intensidade: muito, pouco, tão, bastante,
menos, quanto;
Advérbio
de exclusão: salvo, senão, somente, só,
unicamente, apenas;
Advérbio
de inclusão: inclusivamente, também,
mesmo, ainda;
Advérbio
de ordem: primeiramente, ultimamente, depois.
Embora
o advérbio seja classificado como palavra invariável, ou seja, não são
flexionados em gênero e número, importa agora
saber que certos advérbios admitem variação de grau. Chamaremos isso de flexão do advérbio.
Embora pareça complexo,
não é. Fácil. Basta sabermos que a flexão do advérbio se faz apenas e tão
somente em seu grau. Assim, faremos uma subdivisão do grau em comparativo e em
superlativo.
No grau comparativo o
que se faz, na verdade, é uma comparação entre coisas, objetos, pessoas,
animais, lugares etc. E o comparativo do advérbio é feito do mesmo modo que se faz o comparativo do adjetivo,
como já aprendemos em aulas anteriores.
Observe:
Grau de
igualdade: tão + advérbio + quanto (como). Exemplo: João fala tão alto quanto José.
Grau de inferioridade: menos + advérbio + que (do que). Exemplo:
João fala menos alto do que José.
O grau
superlativo demonstra superioridade e pode ser analítico ou sintético, ou seja,
se subdivide em grau analítico e grau sintético.
Assim,
no grau sintético a alteração de grau é
feita pelo acréscimo de um sufixo ao advérbio (cedíssimo). E no grau analítico a alteração de
grau é feita com o auxílio de outro advérbio, no caso, um advérbio de
intensidade (muito cedo).
Grau analítico: mais + advérbio
+ que (do que). Exemplo: João
fala mais alto do que José.
Grau sintético: melhor ou pior que (do que). Exemplo: João fala melhor que José.
Para finalizar, uma observação importante: as formas diminutivas do
tipo cedinho, pertinho, etc. são comuns na língua popular. Dois exemplos para
melhor justificar: Samara mora pertinho daqui. (muito perto); João levantou cedinho. (muito
cedo).
Gilson
Vasco
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