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Para quem acredita na existência de Deus, há sempre uma luz radiante, ainda que a vida pareça mergulhada em profunda escuridão. Chega um momento que precisamos nos libertar dos grilhões, das amarras e correntes que nos enclausuram num pequeno mundo, sairmos da nossa caverna e irmos de encontro à luz.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

As seis grandes tragédias aéreas da história do futebol

                                       
                                   
O trágico acidente aéreo na Colômbia com o avião que transportava a equipe brasileira de futebol Chapecoense e caiu próximo ao aeroporto do Medellín, matando 71 pessoas, vitimando praticamente toda a delegação é mais uma na lista de tragédias ligadas ao futebol.

É com muito pesar que este colunista apresenta, a seguir, a lista triste dos principais acidentes aéreos em que houve a perda da maior parte de uma equipe futebolística, mundo adentro:

1. A tragédia de Torino (04 de maio de 1949): Um dos dias mais tristes do futebol italiano aconteceu quando um avião Fiat G-212 que levava a equipe pentacampeã do Torino, na época uma das equipes mais fortes da Europa, chocou-se com a parede de trás da Basílica de Superga, nos arredores de Turim. Quarenta e duas pessoas que voltavam de uma partida beneficente em Portugal morreram, dentre elas 18 jogadores da equipe, funcionários do clube, jornalistas e os tripulantes. A culpa foi atribuída às más condições climáticas e a um erro de navegação.

2. O desastre de Munique (06 de fevereiro de 1958): Outro acidente aéreo envolvendo equipes de futebol que comoveu o mundo inteiro aconteceu quando jogadores da jovem equipe do Manchester United retornavam de Belgrado, Inglaterra, após disputa das quartas de final da Copa Europeia morreram. O acidente aconteceu ainda em terra, antes mesmo de o avião pegar voo, na terceira tentativa de decolar da pista do aeroporto de Munich-Riem, com neve, a aeronave da companhia aérea British European Airways derrapou e bateu. Além de oito jogadores, dois dirigentes do clube e vários jornalistas que cobriam a partida morreram na derrapagem em Munique. 23 dos 44 passageiros a bordo morreram. O acidente acabou com aquela mítica equipe dos Busby Boys, os meninos de Matt Busby. O técnico sobreviveu e conseguiu escapar de seus escombros para se transformar, mais tarde, em uma lenda do futebol inglês.

3. A tragédia do Alianza Lima (08 de dezembro de 1987): Ocorreu quando um avião Fokker 27 da Marinha de Guerra do Peru fretado pelo time de futebol Alianza Lima que estava voltando para enfrentar o Deportivo Pucallpa pelo torneio peruano caiu no oceano Pacífico, perto da costa peruana, a 10 quilômetros do aeroporto de Lima. Todos os integrantes da equipe, que liderava o campeonato do país, parentes e membros da comissão técnica morreram no acidente. Dentre os 54 passageiros e tripulantes, o único sobrevivente foi o piloto. A equipe ficou totalmente desmantelada e precisou seguir no campeonato local com jovens e jogadores fornecidos pelo Colo-Colo, que emprestou atletas em um gesto de solidariedade.

4. A tragédia da Zâmbia (28 de abril de 1993): Nesse acidente quando a seleção da Zâmbia estava em um avião militar em voo organizado pela Força Aérea do país africano, que se deslocavam de Port Louis, Ilhas Maurício, para Dacar, Senegal, onde competiria por vaga na Copa do Mundo de 1994, um dos motores pegou fogo e o piloto cometeu um erro ao encerrar o outro motor, com a aeronave mergulhando no Oceano Atlântico. O acidente aconteceu pouco depois da decolagem de Libreville, Gabão, depois de se reabastecer. Morreram também no acidente o presidente da seleção, três técnicos e 18 jogadores. Todos os membros da seleção de futebol da Zâmbia morreram com a queda no mar.

 5. O acidente do voo da Green Cross (03 de abril de 1961): Em uma das maiores tragédias do esporte chileno, o avião Douglas DC3 que voltava para Santiago, depois de uma partida fora de casa contra o Osorno, pela Copa do Chile, com parte da equipe de futebol mais famosa do Chile, o Green Cross, caiu nos Andes sem deixar sobreviventes. O equipamento transportava 24 pessoas, incluindo treinadores e oito jogadores. A aeronave caiu perto da meia-noite após se chocar com uma serra, perto da cidade de Longford, sendo apenas localizadas após 10 dias do acidente. Não houve sobreviventes. Parte da equipe, formada por treinadores e árbitros viajavam no avião da companhia aérea nacional LAN.
 6. A tragédia de Medellín ou tragédia da Chapecoense (29 de novembro de 2016): Como já vimos, essa é a mais recente tragédia aérea envolvendo o futebol. A queda do avião que transportava o time da Chapecoense na madrugada de terça-feira, 29 de novembro, próximo a Medellín, na Colômbia, torna-se a maior tragédia a envolver um time de futebol. O acidente deixou 71 mortos e seis sobreviventes. Estão sendo cogitadas a falta de combustível ou uma pane elétrica na aeronave como prováveis fatores da causa dessa tragédia, mas tudo ainda é muito prematuro.

Gilson Vasco

Adolescer violento

A solução estaria na redução da maioridade penal?


O Diário da Manhã, do dia 05 de dezembro de 2011, trouxe uma matéria intitulada Menores no mundo do crime e isso é uma realidade que vem assustando toda a sociedade brasileira, senão mundial. Segundo a reportagem “os crimes são diversos e estão sendo cometidos por autores cada vez mais novos”. O conteúdo produzido pelo jornal aguçou ainda mais a preocupação dos cidadãos goianienses ao saber que: “Em Goiânia, meninos com 13 anos de idade já cumprem medidas de proteção ou socioeducativas por delitos praticados, até então, por adultos”. A reportagem abordou ainda o tema maioridade penal, informando sobre três projetos de emenda à Constituição Federal que atualmente tramitam no Senado com fins de reduzir a maioridade penal no Brasil.

Alguns parlamentares, aparentemente de olhares não muito intenso para o futuro, brincam com a temática, de tal forma que até defendem a redução da maioridade penal de dezoito para dezesseis anos, outros com ideias mais excêntricas ainda são a favor da redução da maioridade penal de dezoito para treze ou doze anos! É um verdadeiro absurdo! Se continuar com essa brincadeira é bem capaz que numa data muito breve assistiremos o fim da proteção ao menor. Por que não rasguemos então o Estatuto da Criança e do Adolescente e cometemos um genocídio infantil? Onde queremos chegar com essa brincadeira desgostosa?

São muitos aqueles que discutem intensamente a redução da maioridade penal de dezoito para dezesseis, treze ou até mesmo doze anos como estratégia de diminuir a criminalidade, e para fundamentar essa tese descabida defende que a criança ou o adolescente com essas idades possui consciência plena para ser responsável pelos seus atos. Não nos restam dúvidas de que um jovem com dezesseis anos tenha sabedoria para discernir o bom do ruim ou o certo do errado, mas repudio a ideia da redução da maioridade penal, pois esse discurso desnecessário é, na verdade, uma perda de tempo. A redução da maioridade penal não é a panacéia que irá resolver a criminalidade cometida por indivíduos na flor da adolescência. Creio que essa conversa que, vez por outra, volta a ser tema no Senado Federal por aqueles que se acham dono do poder, é uma maneira encontrada para tentar camuflar a problemática em que a sociedade brasileira estar sucumbida. Não estão vendo que a resolução dos problemas na tangente do aumento da marginalidade deve tomar outra direção?!

Sabemos que nos países em que a maioridade penal sofreu redução a violência não diminuiu. Aqui na nossa América do Sul, por exemplo, nas nações onde a maioridade penal é de dezesseis anos é visível os índices altíssimos de violência, como é o caso da Argentina. Na Europa, a nação antes hitleriana e que hoje adota a idade de catorze anos como maioridade penal e deseja reduzir a maioridade ainda mais, o excesso de violência é assustador. Ainda no continente europeu, a França possui a maioridade penal de treze anos, segundo a Unicef. Isso é desolador. Na América do Norte, mais precisamente na terra do Tio Sam, muitos dos seus Estados adotaram a pena de morte e nem por isso conseguiram reduzir a violência entre os jovens, pelo contrário, dados confirmam aumento na criminalidade, mas como estamos falando somente da maioridade penal, nos Estados Unidos a maioridade penal varia conforme a legislação estadual, isto é, treze Estados fixaram uma idade mínima legal, a qual varia entre seis e doze anos (fico imaginando uma criança de seis anos no banco dos réus respondendo as indagações de um magistrado!). Nos demais Estados, a legislação se baseia nos usos e costumes locais, dentro do chamado “direito consuetudinário”, uma “lei comum” que não é escrita, mas que tem força de lei. Assim, adolescentes a partir dos catorze anos são julgados como adultos e jovens entre sete e catorze anos podem ou não ser considerados plenamente responsáveis por seus atos conforme uma análise individual de cada caso (se isso for implantado aqui no Brasil, em muitos casos, a dependência entre a absolvição e a condenação será o tamanho do bolso da família do acusado).

No México, a maioridade penal é de seis a doze anos, conforme o Estado, sendo onze ou doze anos para a maioria dos Estados; onze anos de idade para os crimes federais. Já na Groenlândia, a maioridade varia entre seis a sete anos. Dependendo da Província, em Nuuk, por exemplo, a pena é de seis anos.

No Irã, país do Oriente Médio a maioridade penal é de nove anos para mulheres e de quinze anos para homens.   

Em Bangladesh, na Tailândia e no Paquistão, países asiáticos, e na África do Sul, país africano, obviamente, a maioridade penal é de sete anos. Na China, adolescentes entre catorze e dezoito anos estão sujeitos a um sistema judicial juvenil, e suas penas podem chegar à prisão perpétua no caso de crimes particularmente bárbaros, chamados no Brasil de “crimes hediondos”.

 Claro que em alguns casos, como na Suécia, por exemplo, o número de jovens nessa faixa etária cumprindo pena em alguma prisão país afora, é baixíssimo, mas submeter uma criança ou um pré-adolescente em certos regimes é absolutamente inaceitável.

No caso específico do Brasil, talvez a redução da responsabilidade criminal de dezoito para dezesseis anos seria aceitável para igualar a maioridade penal com a idade em que o cidadão brasileiro esteja autorizado a votar, porém, isso se torna muito perigoso, ora, pois caso a maioridade penal sofra essa redução hoje, daqui a alguns anos, possivelmente ela decairá para catorze, doze, dez, oito... Até os bancos dos réus também serem usados como fraldários. Oxalá a criminalidade tenha diminuído.

Fato é que a redução da maioridade penal não reduzirá, tampouco, acabará com os homicídios praticados pelos jovens dessa faixa ou de qualquer outra idade se medidas sérias e eficazes não forem tomadas imediatamente.

Dia desses dissemos aqui que o que devia ser prática ou pelo menos estar em pauta era a discussão de políticas educacionais voltadas à qualificação e preparação das crianças, adolescentes e jovens para a vida em sociedade, não se discute sequer o papel da sociedade perante a formação das crianças. Muitos filósofos, dentre eles Aristóteles já nos atiçavam para uma consciência de como conduzir nossas crianças para que futuramente estas se tornem homens de bem, mas o que estamos fazendo é tudo ao contrário: estamos deixando nossas crianças e adolescentes se aventurarem pelos caminhos das drogas e, posteriormente, por não poder voltar, acabam entrando para o mundo da criminalidade, da violência.


A falta de incentivo do poder público, a desestruturação familiar, a falta de religião e a desocupação os levam ao abismo. O que temos a fazer é muito mais simples do que muitos no Senado Federal Brasileiro andam pregando na mídia. O primeiro passo é oferecer uma educação de qualidade às crianças e aos adolescentes, para que eles possam ter liberdade de escolha também para a prática do esporte e exercício do lazer. Quantas crianças, aqui mesmo em Goiânia, não são humilhadas dia a dia no caminho para a escola, num transporte coletivo de péssima qualidade, onde os estudantes (e a massa trabalhadora) sufocam para chegar ao seu destino final e muitos até sem o lanche matinal  enfrentam uma escola que não os respeitam. O que dizer, ou mesmo o que não dizer das filas nos hospitais? Não ser bem assistido pelos órgãos governamentais também é violência. A criança violentada hoje é, sem nenhuma dúvida, o adulto que irá violentar o próximo amanhã. Outros passos poderão ir sendo incrementados, mas não há outra saída para conter a violência neste gigante colosso senão a educação de qualidade, oferecida às crianças e aos adolescentes.

Gilson Vasco

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Sanduíche da vergonha


Ainda no dia 08 de novembro, neste mesmo jornal, este colunista abordava a questão da ingerência na Assistência Social em Goiânia, ladeada ao descaso com o qual nossos idosos vêm sendo tratado pelo poder público, mas, talvez, um dos mais vergonhosos e recentes casos repercutido na imprensa goiana, chamado à atenção até da mídia nacional e chocado o povo brasileiro tenha sido a notícia de um corpo de um idoso de 68 anos encontrado no vácuo de um poste de ferro usado em expansão de redes de alta tensão em avançado estágio de decomposição. Sim. É verdade! Uma vergonhosa notícia que se ler na atualidade em inúmeros jornais, revistas eletrônicas, blogs, sites e diversos outros meios de comunicação de acesso à massa.

O cadáver somente foi encontrado na noite de domingo do dia 20 de novembro no canteiro central da Avenida Viena, nesta Capital, graças à exalação de um forte odor detectado pelo olfato de moradores e transeuntes das imediações, obrigando-os a acionarem por duas vezes a corporação dos bombeiros que serraram o poste que estava deitado com auxílio de serra elétrica, porém, a julgar pelo estado de decomposição do corpo, o mais provável é que a pessoa tenha morrido há cerca de duas semanas antes de ser achado.

O corpo que, a princípio não havia sido identificado, trata-se do corpo de um senhor idoso que, em vida, era profissional do ramo da carpintaria que, há muito, acometido de distúrbios psicológicos, fazia acompanhamento com profissionais da área, mas uma vez recebido liberação do hospital por ordem médica e não conseguindo uma nova internação, os problemas de saúde se agravaram, levando-o a desertar por ruas da Capital, à mercê da sorte (ou da falta dela, ou ainda do descaso com o qual tratamos os idosos deste País entregue à corrupção e aos ganhadores de altos salários que, muitos, pouco ou nada fazem pela classe oprimida).

 De acordo com familiares o idoso, às vezes, saía e ficava até cinco dias consecutivos sumido, mas sempre voltava, ou pelo menos dava notícias via telefone, outrora até pedia para parentes ir buscá-lo onde quer que estivesse, mas,  diferentemente das outras vezes, no último dia sete de novembro, depois que o idoso saiu, não mais voltou, tampouco fez contato. Com o sumiço e falta de notícias a família começou a procurá-lo em diversos lugares, entre buscas nas clínicas, hospitais e pedidos de ajuda nas redes sociais, mas não conseguiu nenhuma informação sobre ele.

Fatos dessa e de outras naturezas vergonhosas acontecem com um grande teor de frequência nesta Nação, dado a um misto de inexistência de políticas públicas de qualidade e falta de efetiva transparência, seriedade e responsabilidade do poder público para com o cidadão.

Em relação aos postes deitados no canteiro central da avenida eles foram deixados no local há quase três anos! Sim, há quase três anos! Seriam instalados nas obras de expansão de uma rede elétrica de alta tensão pela Companhia Energética de Goiás (CELG), porém, assim que um relatório do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) apontou várias irregularidades no processo, a Eletrobras suspendeu a execução da obra e os postes não foram recolhidos, ficando lá para serem deteriorados pela ação da natureza, dos vândalos, para se transformarem em criadouros dos Aedes, aegypti, transmissores da chikungunya, do vírus zika e da dengue e, no último caso, para servir de uma espécie de urna fúnebre temporária para aqueles deixados ao acaso pela ingerência goianiense, goiana e brasileira.

Mas a questão dos postes é simplória, se observado o valor de mais uma vida que se foi. Uma vida que para o Estado é apenas mais um número nas estatísticas, pois vidas e mais vidas se perdem, a cada segundo, de variadas formas neste País entregue ao poder financeiro de poucos e omisso à miséria de muitos. Simplória e comum, nesta Nação transformada pelo poder público num gigantesco e vergonhoso cemitério de obras superfaturadas, inacabadas e abandonadas. 

Pior que tudo isso é o descaso com o ser humano de pouco ou nenhum poder aquisitivo, mas que podendo ou não é obrigado a pagar um dos impostos mais caro do mundo e na velhice não ter retorno algum, nem mesmo um pouco de dignidade e respeito. Vivemos nesse e em outros milhões de casos assim a vergonha que o Estado, enquanto instituição detentora do poder sobre nós nos impõe de ver um cidadão que depois de trabalhar uma vida inteira, termina seus dias dentro de um poste, feito sanduíche, sanduíche da vergonha jogado às avenidas motivado pelo desespero causado não necessariamente por um problema psicológico, mas pela falha estatal de uma instituição que desvia milhões e milhões de verbas públicas para satisfazer os prazeres governamentais e parlamentares corruptos e deixa um cidadão pagador de imposto à mercê da sorte, da mais cruel sorte.

Esse é só mais um caso, é só mais um número para o poder público catalogar como fatalidade meramente por ter repercutido na mídia, do contrário, nem entraria para os dados estatísticos. Isso somente acontece com pessoas financeiramente simples e sem influência, porque se assim não fosse, as atenções para ele, tanto na tangente da assistência social, quanto da saúde teria sido outra.

Digo isso porque, ainda de acordo com informações da família, mesmo depois de o idoso com transtorno bipolar ter sido internado duas vezes, no fim de março de 2012 e em 27 de julho deste ano, foi liberado do hospital em 19 de agosto por ordem médica e depois não mais conseguiu tratamento, não mais recebeu acompanhamento médico adequado quando de fato o idoso deveria sim, ter ficado mais tempo internado, ou pelo mesmo sendo assistido pelos profissionais da psiquiatria. E olha que não sou eu quem está dizendo isso não. Quem sou eu? Um indivíduo totalmente leigo na área da medicina para dizer se um paciente está apto ou não a receber liberação hospitalar por ordem médica? Quem disse que o idoso precisava de um acompanhamento ambulatorial constante foi o próprio médico que o atendia na clínica de psiquiatria. Mas também não devemos crucificar os profissionais não! Ora, talvez nesse caso não, mas quantas vezes já vimos notícias de médicos serem pressionados para liberar pacientes, a fim de ampliarem as vagas nos hospitais como maquiagem de boa saúde oferecida pelos governantes? Quantas!?

A filha do idoso relata que, vendo que o pai não conseguia se estabilizar, ficando inquieto e agito a cada dia, procurou atendimento para ele na mesma clínica que antes havia sido internado, em Aparecida de Goiânia, mas não conseguiu.

 Já a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia informou que a Política Nacional de Saúde Mental preconizada pelo Ministério da Saúde e realizada pela rede de saúde mental de Aparecida não trabalha com internação compulsória. Uma pessoa que não estaria em seu estado mental normal teria mesmo vontade própria ao ponto de saber o que seria melhor para ela? Quem disse que uma pessoa em estado mentalmente perturbada responde por si? Isso nada mais é que uma desculpa descabida dos órgãos (in)competentes Brasil adentro como forma de fugir da responsabilidade. Se a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia não trabalha com internações compulsórias, cumprindo regimento ministerial que, pelo menos, acolhesse e informasse melhor a família do paciente para que medidas favoráveis fossem tomadas para o paciente não se tornar um corpo sem espírito, um cadáver. Tenho certeza que qualquer família em qualquer lugar deste País aceitaria melhor uma internação compulsória de um parente, a vê-lo morto, principalmente de modo vergonhoso como aconteceu também com esse idoso.

Séria somente impressão deste colunista ou, às vezes, muitos regimentos vieram meramente para atrapalhar ou interromper o curso vital dos menos favorecidos?

Numa segunda nota da coordenação de saúde mental de Aparecida de Goiânia relata um paciente que sempre chegava à unidade hospitalar com higiene pessoal comprometida. Novamente seria mera impressão minha ou alguém realmente estaria querendo atribuir a culpa à família pelo descaso com o idoso?  Se assim for fica fácil. Mas a verdade é que não é bem assim e sabemos disso. Este é o Brasil que temos senhores leitores. Este é o Brasil que temos senhores leitores. É este o Brasil que temos senhores leitores. O País onde ser político custa caro aos bolsos da sociedade e um país que pouco se investe em saúde, educação, esporte, lazer e cultura. Por falar na falta da cultura, o idoso participava de atividades culturais tocando gaita num centro de cultura que também foi fechado, possivelmente pelos cortes públicos e ficou sem praticar a atividade. Esse é outro problema que atinge os idosos deste País.

Gilson Vasco

domingo, 20 de novembro de 2016

Filhos órfãos de Goiânia - Capítulo III - Final




No primeiro capítulo desta série de artigos que relatam os descasos do poder público para com as crianças e adolescentes publicado no dia 1º de março do ano em curso, na página quatro do caderno Opinião Pública deste jornal relatamos sobre o estado de abandono em que se encontram milhares das nossas crianças e adolescentes goianienses.  Apresentamos diversos códigos de leis de amparo legal às crianças e aos adolescentes e mesclamos o Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela Lei 8.069, no dia 13 de julho de 1990, documento oficial que substituiu o Código de Menores, de 1927 e podemos perceber que apesar de tudo, grande parte dessa classe juvenil ainda se encontra desamparada pelo poder público. Já no segundo capítulo, publicado oito dias após o primeiro, isto é, 8 de março, coincidentemente, também na página quatro do caderno Opinião Pública do Diário da Manhã mencionamos os novos bairros, construidos nos últimos anos, nas regiões periféricas da metrópole, que abrigam milhares de famílias de baixa renda e para exemplificar tamanho descaso citamos os residencias Jardins do Cerrado & Mundo Novo, bairro da região oeste, criado para ser referência nacional e maior complexo habitacional da América Latina, em Goiânia, e, no entanto, sua população de quase 25 mil moradores pena com a falta de estrutura básica para o cidadão.

Neste capítulo final, completando e encerrando a tríade de matérias voltadas para a situação penosa de milhares de crianças e adolescentes, veremos que tudo o que falamos nos dois primeiros artigos, realmente não foi simplesmente por falar, verdade é que tudo tem fundamento. Aliás, essa falta de compromisso na tangente da proteção às crianças e aos adolescentes que as transformam em vítimas frágeis perante a sociedade não é um desacordo meramente do poder público não! Pais, professores, vizinhos, médicos... Muitos são omissos. Por falar nisso, quem não se lembra daquela matéria “Silêncio conivente”, publicada domingo, 17 de março, neste mesmo jornal, que relata que “medo de represália leva profissionais de saúde a deixar de denunciar casos suspeitos de violência contra crianças” e adolescentes?

A matéria diz que “passados mais de 20 anos da instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Brasil ainda não cumpre integralmente a determinação para que profissionais de saúde notifiquem casos suspeitos ou confirmados de violência contra crianças e adolescentes”. E que “estudos científicos de universidades brasileiras apontam que, em média, seis em cada dez profissionais que identificam violações durante atendimento se omitem e não encaminham a denúncia aos órgãos competentes, contrariando o que está previsto na lei” e temendo represálias posteriores dos agressores.

Em muitas instituições de ensino também acontecem casos semelhantes, onde crianças são alvos de maus-tratos e muitas instituições cerram os olhos para o fato, como se aquilo não fosse algo ruim ou preocupante. Fiquei com muito nojo de um caso em que um aluno estava supostamente sendo usado como brinquedinho para um suposto pedófilo que vagava nas proximidades da escola em que a criança de nove anos estudava e a direção da instituição mesmo a par da situação ignorou o fato, já que a família do garotinho resolveu transferir a suposta vítima para outra escola em outro bairro.

Nas proximidades de onde eu moro nenhum veículo estranho passa despercebido, não estou dizendo que as crianças e adolescentes vizinhos estão isentos de olhares maldosos, mas são instruídos a desconfiar de tudo e de todos. Claro, não as incentivamos a viverem permanentemente enclausuradas pelo medo, mas sim, serem cautelosas e sempre que se julgarem observadas contatem um adulto imediatamente.

Não há desculpas, tampouco temor, crianças, adolescentes e idosos não estão nessas condições para serem agredidos, e sim, protegidos todo o tempo, não importam as circunstâncias, e, se existe uma lei ela deve ser cumprida à risca, senão não há explicação para a sua existência. Temos certeza e esperança que muito em breve o poder público e a sociedade em geral comecem a olhar de um ângulo melhor e passem a serem mais atuantes para que nossas crianças e adolescentes sejam mais lembradas, respeitadas e acolhidas, pois somente assim se tornarão cidadãos dignos e cívicos, conhecedores e praticantes da ética e da moral.



Gilson Vasco

Filhos órfãos de Goiânia - Capítulo II


O inciso V do artigo 53, do Estatuto da Criança e do Adolescente que veio para assegurar, na prática, o acesso à escola pública e gratuita próxima à moradia das crianças e dos adolescentes não passa de uma teoria. Pensa, por exemplo, nos novos bairros construidos nas regiões periféricas da metrópole, nos últimos anos, para abrigar milhares de famílias de baixa renda... Sabem como anda a situação da classe infanto-juvenil dos residencias Orlando de Morais, Santa Fé, Jardins do Cerrado &Mundo Novo (o maior entre eles) e de tantos outros residenciais? Com problemas parecidos com os dos demais empreendimentos habitacionais, os residencias Jardins do Cerrado & Mundo Novo, bairro criado para ser referência nacional e maior complexo habitacional da América Latina, em Goiânia paga um alto preço motivado supostamente por interesses políticos partidários. Como se não bastasse o fato de o bairro ter sido entregue aos moradores praticamente sem nenhuma infraestrutura (ruas sem asfalto, creche e escola municipais que não atendem toda a demanda, uma linha de ônibus ineficiente e inexistência de escola estadual), passados quase quatro anos de existência do bairro com todas as casas construídas já ocupadas, os residenciais, localizado na região oeste da Capital e atualmente comportando quase 25 mil moradores de baixa renda vivem um dilema: moradores não contam com os direitos básicos garantidos pela Constituição Federal! Falta asfalto, rede de esgoto, segurança etc., mas, nos últimos dois meses, o maior drama vivido por centenas de mães surpreendidas com a triste notícia, sem aviso prévio, de que seus filhos não teriam mais transporte escolar para a rede estadual de ensino.

Desde a fundação do bairro em 2009, até o ano passado, cerca de desessete ônibus escolares transportavam alunos para o Colégio Estadual Aécio Oliveira de Andrade, no setor Urias Magalhães, Colégio Estadual Edmundo Pinheiro, no Bairro São Francisco, e, a partir do início do ano passado, o Colégio Estadual Marechal Rondon, na Vila Irany, passaram a receber os alunos moradores dos residenciais, mas as escolas municipais e colégios estaduais de bairros como Criméia Oeste, Fama, Conjunto Vera Cruz, Recanto do Bosque, Finsocial e até a cidade de Trindade acolhem os estudantes dos residenciais Jardins do Cerrado & Mundo Novo que, com muito sacrifício, usam o transporte convencional, quando o essencial seria a construção de equipamentos educacionais municipais e estaduais dentro do nosso bairro que atendesse toda a demanda estudantil para livrá-los do perigo que correm mediante o tráfego pelas GOs.

A escola estadual mais próxima se localiza no Conjunto Vera Cruz, a cerca de 6 quilômetros e a situação é tão problemática que, depois da triste notícia de que o Estado não mais iria repassar a verba para custear o trasnporte escolar, nos últimos dois meses moradores já se reuniram diversas vezes na tentativa de conseguir uma simples audiência pública com o Secretário Estadual da Educação e não  obtiveram êxito. Manifestos foram feitos com apoio da imprensa, porém, nada foi resolvido, sem contar que desde início de 2010, moradores, através de ofícios vêm pedindo a construção da escola estadual, haja vista que o bairro já conta com duas áreas públicas exclusivas para a construção da instituição estadual de ensino.

Com a retirada do transporte escolar para as escolas estadual Aécio Oliveira de Andrade, Edmundo Pinheiro e Marechal Rondon, 900 alunos, em média, perderam suas vagas, ou seja, foram literalmente expulsos das instituições estaduais, muitos, simplesmente por serem alunos do Ensino Fundamental que não é obrigação prioritária do Estado e sim do Município. Não resta dúvida que o município também foi omisso, por não construir escolas que atendam os alunos das últimas séries do Ensino Fundamental e preferem gastar elevadas somas com o transporte escolar, mas pior que isso agiu a Secretaria Estadual da Educação que, além de não ter construído nenhuma escola estadual no bairro que já caminha para o seu quarto ano de existência, não tem se responsabilizado pelo transporte escolar dos alunos da rede estadual. Com isso, o número de alunos que passaram a usar o transporte convencional para irem às escolas acabou superlotando as linhas do transporte coletivo que atendem o bairro.

O que aconteceu com o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente em Goiânia? O que aconteceu com nossos direitos constitucionais? É impressão minha ou realmente há governantes que não estão cumprindo com seus deveres? Isso porque eu nem cheguei a falar da falta de esporte, lazer e outros programas de atendimento às crianças e aos adolescentes goianienses.


Gilson Vasco

Filhos órfãos de Goiânia - Capítulo I




Dito e feito. Como eu havia prometido, em artigo anterior, que falaria sobre o estado de abandono em que se encontram milhares das nossas crianças e adolescentes goianienses cumpro aqui parte da proposta.

Em pleno século XXI e mesmo com diversos códigos de leis de amparo legal às crianças e aos adolescentes como Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, lei fundamental e suprema do Brasil; Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela Lei 8.069, no dia 13 de julho de 1990, documento oficial que substituiu o Código de Menores, de 1927 e suas poucas ratificações; Convenção Internacional dos Direitos da Criança, de 20 de novembro de 1989, tratado internacional, o qual o Brasil é signatário; Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 20 de dezembro de 1996 queapesar de ser criada para definir e regularizartodo o sistema de educação brasileiro, de certo modo, volta-se,prioritariamente,às crianças e aos adolescentes, por serem classesregulares em idade escolar, grande parte dessa classe juvenil ainda se encontra desamparada pelo poder público.

Se este fosse um livro, poderíamos mergulhar passo a passo em cada um desses documentos de amparo legal às crianças e aos adolescentes, mas por se tratar somente de um pequeno artigo de duas ou três partes, no máximo, temporariamente, ignoremos, pois, os demais códigos de proteção e frisaremos apenas em uma pequena parte do Estatuto da Criança e do Adolescente, precisamente em seu artigo 53, docapítulo II, o qual trata exclusivamente dodireito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. Pois bem, reza o artigo 53 que “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II - direito de ser respeitado por seus educadores;III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência”.

Melhor, vamos fechar ainda mais o leque em relação aos direitos da criança e do adolescente.Para tanto, peguemos unicamente o inciso V do artigo 53, que diz que o Estado deve garantir a criança e ao adolescente “acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência”. Diante dessa formalidade, é bom que se pergunte: O Estado tem cumprido o Estatuto da Criança e do Adolescente? As crianças e os adolescentes vêm realmente sendo amparados pelo Estatudo da Criança e do Adolescente ou o documento oficial é simplesmente mais um conjunto de leis como tantos outros feitos pelos parlamentares brasileiros apenas como enfeitesdemonstrativos?

Todos os dias os canais de comunicação em massa divulgam milhares de casos de crianças e adolescentes pelo Brasil que são alvos de maus-tratos. E para sabermos disso nem precisava a revelação dos fatos pela mídia, vemos isso a olho nu todo o tempo! Salvas as excessões, o poder público brasileiro é omisso em relação ao amparo de nossas crianças e adolescentes. Mas não vamos viajar pelo Brasil não, tampouco pelo Estado goiano, ficaremos aqui mesmo em Goiânia, pois o descaso também com a classe infanto e juvenil acontece muito por aqui.

Caso alguém tenha alguma dúvida em relação ao não cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente basta começar a observar o estado de abandono em que se encontram milhares das nossas crianças e adolescentes goianienses. Vejam, por exemplo, a peça pregada por muitas autoridades governamentais às milhares de crianças e aos milhares de adolescentesgoianienses de famílias de baixa renda, deixando-os num cenário vergonhoso, do ponto de vista social, moral e ético.


Gilson Vasco

Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido - Parte (XIV)




Nesta penúltima parte, quando estamos quase chegando ao fim desta viagem pelos Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido vamos iniciar esta etapa um pouco diferente de todas as demais, falando, claro, do meio ambiente. Não sou geógrafo, mas me considero um ambientalista amador, de modo que posso dizer que quando falamos em meio ambiente surgem em nossas cabeças variadas propostas de definição referente ao termo circunscrito. Assim, cada indivíduo conceitua meio ambiente de acordo com o seu conhecimento, a sua experiência, cultura, etc. Alguns o chamam de lugar, outros denominam de espaço e outros mais definem como sendo território. Dependendo do ponto ótico todas as expressões impregnadas são aceitas, porém, ecologicamente falando meio ambiente é o conjunto de condições e influências naturais que cercam um ser vivo ou uma comunidade e que agem sobre ele. Do ponto de vista geográfico território é uma área politicamente delimitada, em que o Estado exerce sua jurisdição dentro de suas fronteiras; lugar é um ponto referencial e espaço é o meio natural transformado pelo homem. Dessa forma, num dado espaço pode existir diversos lugares. Sendo assim, o meio ambiente ou meio natural vai sendo transformado em espaço pelo homem. Essa transformação ocorre de forma ecologicamente correta ou dissolutamente. Quando o homem manipula o meio ambiente de maneira responsável a natureza mantém-se em equilíbrio, do contrário os impactos são catastróficos e os verdadeiros resultados afetam todas as espécies terrestres, seja animal ou vegetal etc.. O espaço ocupado pelos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo não é diferente, embora não seja ainda um território industrializado, fator contribuinte com a destruição da camada de ozônio, a minicidade vem sofrendo com a falta de cuidados com o meio, seja por parte do poder púbico, seja pela própria comunidade.

Tanto a coleta seletiva, quanto a coleta comum vem sendo realizadas com frequência no bairro, porém o mato alto, a falta de constante limpeza na minicidade, por parte do poder público tem contribuído para o agravamento da situação ambiental. Por outro lado, moradores também desconhecem ou faz desconhecer o zelo pelo local e se acham no direito de descartar todos os tipos de materiais nas áreas públicas, ruas e calçadas. Sofás velhos, televisores quebrados e muitos outros móveis tidos como sem serventias são lançados nas ruas a céu aberto. Outrora, quando se realizam os serviços de roçagem pela prefeitura, os moradores resolvem colocar fogo nos resíduos.

Um córrego que passa nas imediações da minicidade poderia receber mais cuidados, sendo transformado num bosque para oferecer melhor qualidade de vida aos moradores, mas ao que parece isso ainda está muito longe de acontecer. Mas, pior que tudo isso, é a falta de saneamento básico, principalmente na tangente da rede de esgoto, o bairro ainda se serve de fossas sépticas, quando já deveria contar com eficiente rede de esgoto e receber tratamento adequado.

A parte boa é que o bairro que foi inaugurado há seis anos sem nenhuma árvore para fazer sombra, liberar oxigênio e consumir o gás carbônico, hoje já está visivelmente bonito e arborizado, de modo a garantir bons ares à população.

Gilson Vasco


Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido - Parte (XIII)




Nesta parte XIII da série Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido vamos reforçar ainda mais como anda a garantia ou a falta do cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes moradores na minicidade, construída numa das regiões periféricas da metrópole, para abrigar milhares de famílias de baixa renda, já que como todos sabem, o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) formata que: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” a todas as crianças e adolescentes sem distinção. Sabem como anda a situação da classe infanto-juvenil nos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, bairros criados para ser referência nacional e maior complexo habitacional da América Latina? Com os mesmos problemas que os demais empreendimentos erguidos nas periferias do gigante convivem! Crianças e adolescentes da minicidade pagam um alto preço por morarem num bairro afastado de todos e de tudo, pois como se não bastasse o fato de o bairro ter sido entregue aos moradores praticamente sem nenhuma infraestrutura, com ruas sem asfalto, creche e escolas municipais que não atendem toda a demanda, uma linha de ônibus ineficiente e inexistência de escola estadual, passados quase seis anos de existência do bairro com todas as casas construídas já ocupadas, os residenciais, localizado na região oeste da Capital que atualmente comporta quase 30 mil moradores de baixa renda ainda não possuem, sequer, um equipamento público destinado à prática esportiva, ao lazer etc. Na verdade, os moradores não contam com os direitos básicos garantidos pela Constituição Federal! Como já tivemos a oportunidade de observar falta rede de esgoto, segurança, escola estadual etc. e, por sorte, depois de longa espera, o asfalto começou a chegar.

O que acontece com a obrigatoriedade do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente nos Jardins do Cerrado, em Goiânia e no Brasil inteiro? O que acontecem com os direitos constitucionais do povo?

É inadmissível o descaso do poder público para com as crianças e adolescentes da minicidade. Chega a ser vergonhoso o estado de abandono em que se encontram milhares de crianças e adolescentes.  Não se podem construir bairros, principalmente em regiões periféricas da metrópole para abrigar milhares de famílias de baixa renda e deixar crianças, adolescentes, jovens e idosos esquecidos, em altíssimo risco de vulnerabilidade social, a mercê da própria sorte. Sim, é isso o que está acontecendo também com os Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, criados para ser referência nacional e maior complexo habitacional da América Latina, e, lamentavelmente, sua população pena com a falta de estrutura básica para o cidadão.

É simplesmente ridícula, a situação penosa de milhares de crianças e adolescentes, que, mais dias, menos dias, se transformam em vítimas frágeis perante a sociedade! Exclusivamente para este fatídico caso podem dizer categoricamente que, a culpa não é meramente do poder público não, ora, deve ser repartida com uma parcela da sociedade e com parte dos próprios responsáveis familiares que, muitas vezes, lançam para outrem a tarefa pelo zelo com a juventude. Muitos são omissos.
Esperamos que muito em breve o poder público, pais e a sociedade em geral comecem a olhar de um ângulo melhor e passem a serem mais atuantes para que nossas crianças e adolescentes sejam mais lembradas, respeitadas e acolhidas, pois somente assim se tornarão cidadãos dignos e cívicos, conhecedores e praticantes da ética e da moral.

As crianças e adolescentes e comunidade em geral dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo e de todo o mundo não merecem ser alvo da especulação político-partidária. Consigo enxergar a questão do abandono pueril, juvenil, dos idosos e dos deficientes na minicidade como é visto a seca no nordeste do País: existe, sabem que existe, raramente tomam medidas paliativas, mas não se resolve, pois resolver problema para a população mais carente significa redução no número de votos para certos políticos.

Na nossa penúltima parte, XIV, abordaremos a questão do meio ambiente nos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, já que estamos vivendo a era da sustentabilidade. Veremos com maiores detalhes a questão do saneamento básico e da preservação do meio ambiente. Aguardem!
  
Gilson Vasco



Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido - Parte (XII)




Nesta parte XII da série Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido vamos conhecer um pouco do que venha a ser o Projeto Meninos do Cerrado, uma instituição que surgiu em 2010, dentro da Associação dos Moradores dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo com o objetivo principal de assistir crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, tentando evitar que eles acabem mergulhados no mundo do crime, sugados pelo ralo da exclusão social e ejetados para o submundo que, a todo o momento, os banem da existência.

Para reforçar a extrema necessidade da criação do projeto é bom relembrarmos a origem dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, popularmente chamado de “Jardins do Cerrado” ou “Minicidade”, nomenclaturas que já vimos adotando e vamos continuar usando a partir deste momento também.

Sabe-se que por volta de 2009 surgiu um programa governamental com o objetivo de reduzir o déficit habitacional brasileiro, tido como um dos problemas mais crônicos do Brasil. O intento do governo era atingir, em tempo recorde, a marca de dois milhões de casas e apartamentos populares construídos. Não há como negar, em menos de uma década, o programa atendeu milhares de famílias que não tinha sua casa própria, porém, o programa que ao invés de ter transformado o sonho da casa própria em realidade para muitas famílias brasileiras, se transformou num cruel pesadelo, impossibilitando as famílias contempladas usufruir de sua moradia dignamente. Lamentavelmente, o programa se consolidou de modo forçado, isto é, mais publicidades e menos desenvolvimento infraestrutural. O programa nada mais é que um reforço do poder público para a concretização do modelo periférico de urbanização, por meio da edificação de extensos conjuntos habitacionais nas regiões periféricas das metrópoles sem oferecer a infraestrutura básica. Lamentavelmente, os idealizadores do programa fingem não saber que, afastados dos centros urbanos, os moradores desses complexos habitacionais espalhados por todo o Brasil são obrigados a conviver com a insuficiência ou inexistência de transporte público de qualidade, equipamento escolar, posto de saúde, área de lazer e saneamento básico, refletindo diretamente no sofrer social. O desígnio de favorecer famílias carentes na obtenção de sua moradia própria é um cumprimento constitucional, mas a edificação de complexos habitacionais em espaços muito distantes da urbe é uma ação excludente e preconceituosa em relação às classes de pouco ou nenhum poder aquisitivo. Vítima desse modelo excludente são também os Jardins do Cerrado, complexo habitacional localizado na região oeste da Capital goiana que possui ao todo quase 3 mil casas e aproximadamente 2 mil apartamentos habitados, totalizando um aglomerado de cerca de 30 mil moradores, formando uma minicidade, uma cidade dentro de um gigante metropolitano.  

É nos Jardins do Cerrado, entregue ao progresso incerto que também milhares de seres humanos carentes e necessitados vivem estertorados. Fazem parte dessa gente crianças e adolescentes, a perder de vista, muitas das quais convivem com o descaso, com o abandono institucional, com a violência, com a fome e com as mais diversas formas de exploração do dia a dia.
O projeto não pretende, em hipótese alguma, ser taxado de “o salvador dos Meninos do Cerrado”, mas, temos tentado o máximo possível, amenizar o sofrimento dos pequenos. E fazemos isso sem doar muito de nós, pois, como a nuvem singela que ao estilar partículas de alvura alimentam oceanos, são com pequenos gestos sinceros que fazemos a alegria dos Meninos do Cerrado. Eles são dois, quatro, sete, dezenas, centenas, milhares, multidões... São, às vezes, inocentes, carentes, temerosos, brincalhões, amigáveis, sofridos, queridos, odiados... Muitos, órfãos de pais, paz, pão, educação, cultura, aconchego, afeto e ternura.

Sejam através da prática esportiva, em campos de chão batido, festas comemorativas, conduzindo-os às maratonas fora da minicidade, visitas às instituições, teatros, cinemas, museus, planetário, clubes de lazer e etc. sejam com pequenos gestos, temos nos aventurados a cumprir a nossa função de partilha na missão de sermos seres humanos.

De todos os incentivos dados às crianças assistidas pelo Projeto Meninos do Cerrado, o Circuito Caixa de Maratoninha, maior circuito de corrida infantil do País, evento esportivo que cresce a cada dia, promovido anualmente pela Caixa Econômica Federal que acontece nas principais cidades do Brasil e em Goiânia, penso ser o que mais tem chamado a atenção da garotada.

Todos os anos, desde 2010, meninos e meninas dos Jardins do Cerrado marcam presença no Circuito Caixa de Maratoninha, incentivados pelo Projeto Meninos do Cerrado.

As crianças e os adolescentes, principalmente provindos de comunidades carentes, devem ser o principal alvo das políticas públicas e de projetos que se propõem auxiliá-los. É necessário que continuemos pensando num futuro melhor para eles, pois alcançarão se começarmos a investir desde agora. Há crianças carentes no bairro que, às vezes, se aventuram a atravessar a Capital para fazer algum tipo de curso que devia ser oferecido dentro do bairro e manter-se ocupado, mas outras, não tendo nada para fazer no período pós-escolar, ficam camuflados em suas casas ou perambulando pelas ruas e isso é muito ruim! O bairro não possui, sequer, uma escolinha de futebol e foi justamente para tentar amenizar um pouco esse problema que o Projeto Meninos do Cerrado passou a colaborar com alguns voluntários que se arriscam, mesmo sem nenhuma condição financeira, a dar aulas de futebol para as crianças e adolescentes da minicidade.

Nos Jardins do Cerrado, vez por outra, ainda se instalam circos e os Meninos do Cerrado ficam na expectativa até a hora dos espetáculos. Não raro, quando há circo instalado no bairro, o Projeto Meninos do Cerrado cosegue levar muitas crianças e adolescentes para se divertirem com as apresentações circenses.

Dentro das possíveis possibilidades, o Projeto Meninos do Cerrado também colabora com os trabalhos voluntários da academia Dojo Magno Kan, pensada e administrada pelo professor faixa-preta em caratê, Divino Magno, que, há muito tempo vem trabalhando com crianças carentes das regiões periféricas da Grande Goiânia e, após, prestar grandes trabalhos voluntários para crianças em situação de vulnerabilidade social em outros bairros, há cerca de três anos, percebendo o contingente de crianças e adolescentes sem nenhuma atividade esportiva, cultural ou artística, o mestre em caratê começou a atender crianças e adolescentes dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo. O projeto Meninos do Cerrado apoia os trabalhos da academia angariando recursos para o custeio de algumas inscrições em campeonatos ou mesmo com doações de materiais usados nas aulas e treinos, pois o projeto também acredita que o caratê é também uma forma de as crianças e adolescentes dos Jardins do Cerrado terem a mesma oportunidade que outras de outras regiões. Precisamos olhar o caratê como uma arte que os tornem mais capazes.

O Projeto Meninos do Cerrado tem proporcionado a várias crianças dos Jardins do Cerrado a visitar o Planetário. Cada vez que um grupo de Meninos do Cerrado visita o local para uma sessão “intergaláctica” é uma festa de animação. Manter os Meninos do Cerrado em contato direto com a cultura, obtendo cada vez mais conhecimento também é um dos objetos do Projeto.

Desde o início da fundação do bairro e da criação do Projeto Meninos do Cerrado é costume, todo ano, um parque de diversão se instalar nas imediações da principal avenida que corta os Jardins do Cerrado ao meio. Vez por outra, os idealizadores do Projeto Meninos do Cerrado conseguem fechar parceria para que os dirigentes do parque possam atender os Meninos do Cerrado por um preço abaixo do custo normal, ou mesmo de modo gratuito.

O Projeto Meninos do Cerrado tem realizado passeios em alguns clubes de Goiânia com intuito de levar alguns Meninos do Cerrado para esse momento prazeroso, tomando banhos nas piscinas, tomando um sol e se descontraindo um pouco. 

Os Meninos do Cerrado são seres comuns, como eles, outros são encontrados em todos os cantos do mundo. Geralmente de famílias carentes que dependem da ajuda de outros para sobreviverem. Muitos são vítimas do desajuste social, outros, apesar de serem de famílias carentes conseguem levar uma vida mais ou menos confortável, mas uma coisa eles tem em comum: vontade de crescer e mudar o futuro da sua linhagem. São crianças, pré-adolescentes e adolescentes, muitos dos quais, encontram-se em situação de vulnerabilidade social e que, nessas condições, estão expostos a diversos riscos como: violência física, psicológica e sexual; uso e tráfico de drogas lícitas e ilícitas; exploração como mão de obra infanto-juvenil; má nutrição e diversas doenças. Esses meninos, muitas vezes pequenos, sobrevivem em quase total ruptura com as necessidades básicas e caso políticas públicas voltadas para o resgate e inserção social não forem imediatamente desenvolvidas, muitos deles poderão ter seus futuros drasticamente comprometidos, podem continuar sendo vítimas das mais diversas e cruéis formas de exploração.

Gilson Vasco



Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido - Parte (XI)


Na parte VIII desta série Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido podemos ver que a Associação dos Moradores tem desempenhado excelente papel para com sua comunidade, agora veremos com maiores detalhes alguns dos inúmeros trabalhos que o Grupo Rosendo Conceição vem dando continuidade.

Dentre muitos outros eventos de criação do grupo um que também virou tradição nos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, através da Associação dos Moradores, até então, custeado por Rosendo Conceição e Projeto Meninos do Cerrado é a festa em comemoração ao Dia das Crianças que costuma atrair quase duas mil crianças. A festa dura em média quatro horas e durante todo o tempo as crianças podem brincar em cama elástica, pula-pula, piscina de bolinha, brincar em parque de diversão alugado para a meninada e, muitas vezes, até assistir à peças teatrais. As crianças ainda podem saborear pipoca, algodão-doce, bala-doce, laranjinha e muito pirulito. A tradicional festa acontece desde a fundação da Associação dos Moradores e é graças ao grupo de voluntários que tudo ocorre bem. O evento tem dado tão certo que estimula parte da imprensa a deslocar para o bairro para mostrar a atração.

A festa natalina de distribuição de brinquedos para todas as crianças dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, promovida todos os anos pelo Grupo Rosendo Conceição e Projeto Meninos do Cerrado gera expectativa, euforia, surpresas e muitas alegrias. O essencial dessa festa, depois da alegria da criançada são três atrações; a entrega de milhares de brinquedos, de modo que nenhuma criança dos residenciais, presente no evento, fique sem receber brinquedos, como de fato não fica; o recorde de público, como na primeira festa natalina de distribuição de brinquedos em que a Polícia Militar e a Imprensa estimaram um público de quase 6.000 mil pessoas, a maioria crianças, pré-adolescentes e adolescentes, mas os jovens e até o pessoal da terceira idade, costumam ir prestigiar o evento e darem gargalhadas na hora das atrações humorísticas de artistas convidados que animam parte da festa; mas a maior surpresa acontece em meio à festa, quando os moradores são surpreendidos com a chegada de um helicóptero trazendo o bom velhinho, Papai Noel.

Outro evento que Rosendo Conceição e Projeto Meninos do Cerrado  costuma fazer através de parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) é proporcionar às crianças carentes dos residenciais a oportunidade de passar o Natal ganhando brinquedos de excelente qualidade. Para se ter uma ideia do tamanho do evento, no primeiro ano de participação, isto é, em dezembro de 2010, o evento chamado Show de Natal ocorreu no Estádio Serra Dourada e nenhuma das quase 800 crianças dos Jardins do Cerrado e Mundo Novo que foram voltaram para casa sem o seu brinquedo. Já na segunda participação, em 2011, que ocorreu também em dezembro, o Grupo Rosendo Conceição e Projeto Meninos do Cerrado conseguiram transportar 1.000 crianças dos Jardins do Cerrado e Mundo Novo para o local da entrega de brinquedos, através da OVG. Daí em diante cada vez mais crianças eram atendidas, de modo que em 2012, o grupo conseguiu levar para a Praça Cívica, 1. 200 crianças dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo. Em 22 de dezembro de 2013, 15 ônibus lotados de crianças saíram rumo à Praça Cívica para assistirem aos shows e pegar seu presente de Natal. Quebrando seu próprio recorde o grupo e o projeto levaram mais de 1. 400 crianças dos Jardins do Cerrado e Mundo Novo para o evento da entrega de brinquedos. Agora, bem mais recente, em 2014, 17 ônibus saíram abarrotados do bairro, sob forte chuva. Estima-se que 1.500 crianças foram atendidas. Desde o início do evento até o ano passado, não houve nenhum imprevisto, graças à colaboração das mães das crianças e o preparo da equipe de voluntários do Grupo Rosendo Conceição e Projeto Meninos do Cerrado. A criançada volta feliz e satisfeita com a ida.

  Gilson Vasco

Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido - Parte (X)


Na nossa parte anterior da série Residenciais Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido, foi abordada a questão do transporte coletivo, matéria que também repercutiu muito no bairro, agora, nesta parte X vamos abordar a questão relacionada à pavimentação, ou a falta dela e, desde já, confesso que se perguntado sobre qual tem sido a maior luta dos moradores dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, talvez, não saibamos responder se a da escola, a do transporte de passageiro ou a do tão esperado asfalto.

Ora, como todos sabem, apesar de inúmeras cobranças por parte das lideranças para o poder público, o bairro ainda não conta com o asfalto e a poeira, se na seca, ou a lama, no período chuvoso continua tomando conta das ruas. As erosões, às vezes, cobrem adultos e oferece riscos às crianças, aliás, às milhares de crianças. Pensa num lugar que tem criança!

Pois bem, daqui para frente, veremos como se deu a questão do asfalto no bairro: O asfalto foi lançado no bairro há cerca de quatro anos, precisamente numa manhã de sábado, 28 de maio de 2011, e, logo após o início da terraplanagem sofreu paralisação, sem nenhuma explicação aos moradores todas as máquinas e trabalhadores foram retirados do bairro de uma hora para a outra. Em 19 de setembro de 2012, isto é, pouco mais de um ano após a paralisação da pavimentação as máquinas e funcionários que anteriormente foram retirados voltaram para continuarem as obras no bairro, ou seja, depois de mais de ano paralisadas e fora do setor, máquinas da empresa que venceu a licitação pública para a pavimentação do bairro, voltaram para os Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo. Com a volta, as obras foram reiniciadas pela etapa II do bairro, já que, segundo os engenheiros, os trabalhos seriam feitos da parte baixa para a parte alta do bairro e, também, motivado pelo fato de as galerias pluviais na etapa II já estarem prontas, os trabalhos seriam, segundo informações da empresa, realizados em ritmo acelerado e, ainda de acordo com a empresa, assim que os trabalhos de pavimentação da etapa II fossem concluídos, iniciariam os trabalhos das demais etapas dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, porém, nada disso aconteceu, de modo que, até a presente data, a etapa II não foi concluída, já que após ter colocada a primeira camada asfáltica, não se sabe o motivo, as máquinas foram retiradas do bairro, ficando somente poeira, lama e transtorno para os moradores.

Daí para cá sabe o que houve? Por mais que possa parecer incrível, foi fato, depois de incansáveis cobranças, lutas e protestos, as máquinas retornaram para dá continuidade ao nosso asfalto! Acreditem!Mas como diz o ditado popular que “gato escaldado tem medo de água fria”, apesar da volta das máquinas para o bairro, os moradores não ficaram entusiasmados não. Não foi notado adrenalina de comemoração desse retorno, pois com tanto vaivém das máquinas, já não havia nenhuma certeza quanto à conclusão do asfalto. Dito e feito: novamente todas as máquinas foram retiradas dos Residenciais Jardins do Cerrado e Mudo Novo sem concluir as obras!

Agora, já bem amais recente, no início de maio do ano em curso, as máquinas e funcionários da Secretaria Municipal de Obras (SEMOB), entraram no bairro e trabalham a todo vapor. Os motores das máquinas começam a roncar logo cedo e só param após as vinte horas. Dessa vez, tudo indica que a tão sonhada pavimentação chega, de verdade, aos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo.

Gilson Vasco