No nosso
artigo antecedente a este vimos sobre como anda a saúde ou a falta dela nos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, ou na
minicidade, se preferir. Constatamos que o problema é nuclear e se ramifica
Brasil adentro. Percebemos que não podemos julgar um município, sem antes saber
o que acontece no resto do País, graças às ramificações das dificuldades em
gerir. Comprovamos a decadência da saúde na ingerência governamental brasileira
e soubemos que o Sistema Único de Saúde (SUS) já surgiu com muitos problemas
que depois se alastrou com o passar do tempo, respingando também nos Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo. Agora,
neste artigo, é chegado o momento de ver como anda a
Assistência Social, como dever do Estado, em nosso bairro. Pois bem,
assim que a minicidade passou a ficar bem povoada, o que antes era chamada de
Casa Social, mantida por um instituto contratado pelo poder público para
organizar a entrega das casas na minicidade cedeu lugar para a implantação de
um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) que nada mais é que uma
unidade pública da política de assistência social, de base municipal,
geralmente localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco
social como a minicidade.
No caso específico
do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) instalado, a princípio, na
etapa I da minicidade, apenas duas casinhas do programa A Casa da Gente/Minha
Casa Minha Vida de quarenta metros quadrados eram usadas para fazer todo o
atendimento de proteção social às famílias e aos indivíduos em risco de
vulnerabilidade social que procuravam apoio, além de manter, por algum tempo, o
grupo dos idosos e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)
para crianças e adolescentes entre 06 e 17 anos, também ofereciam alguns cursos
de capacitação Professional.
Instalado em
abril de 2011e, após alguns anos em funcionamento, de uma hora para outra,
precisamente no início de janeiro de 2015, o Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS) da minicidade foi transferido para outro local, em
outra etapa do barro, etapa VII, com a alegação de que a devolução das duas
casinhas era preciso e necessário, já que enquanto o Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS) estava instalado nas unidades populares, duas
famílias permaneciam necessitando de moradias. Realmente, milhares de famílias
ainda continuam necessitando de moradias, é verdade, mas a mudança repentina de
endereço, da etapa I para a etapa VII, do Centro de Referência de Assistência
Social (CRAS), pareceu um tanto quanto precipitada, uma vez que o atual prédio
ocupado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), antigo Centro
Comunitário, já se encontrava todo deteriorado, quebrado e com ares de abandono
e sequer passou por reforma antes de ser ocupado, ou seja, depois de quase quatro anos instalado em duas casas do
programa A Casa da Gente, isto é, desde 24 de abril de 2011, na etapa I do
bairro, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), foi mudado às
pressas para a etapa VII, se instalando onde antes funcionava o Centro Comunitário.
Em janeiro do ano em curso, uma reunião foi feita pela
equipe do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para informar
beneficiários e comunidade sobre a mudança de endereço do órgão, o que não
evitou que a notícia pegasse todos os funcionários e comunidade de surpresa! Durante
a reunião, disseram que a Secretaria Municipal de Habitação (SMHAB), através do
Ministério Público estava requerendo as duas moradias onde funcionava o Centro
de Referência de Assistência Social (CRAS) com o intuito de repasse para duas
famílias sem-teto. Por conta disso, as casas foram devolvidas. O que dificultou
em muito o atendimento ao público em geral, tanto das crianças e adolescentes
quanto dos idosos e beneficiários antes atendidos pelos diversos programas. Com
a devolução das duas casas, a proposta da Secretaria Municipal de Assistência
Social (SEMAS) era disponibilizar uma van e/ou um micro ônibus para realizar o
transporte, tanto das crianças assistidas pelo Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS), através do Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculo (SCVF), quanto dos idosos, bem como da comunidade em geral que
residem nas demais etapas e necessitem ser assistida também pelo Bolsa Família,
assistentes sociais e psicólogos, etc. porém, os beneficiários estão sendo
obrigados a caminhar, às vezes, até mais de quatro quilômetros para resolver
problemas relacionados ao atendimento. Isso fica ainda pior quando se sabe que
grande parte da população da minicidade se forma por idosos, crianças e
portadores de necessidades especiais.
No momento, o extinto Centro Comunitário, agora Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS) se encontra muito danificado: portas
quebradas, parque infantil destruído, tenda removida, paredes esburacadas e
telas de proteção arrancadas, etc. De modo que, apesar de a equipe de
manutenção da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) se esforçar
para adequar o espaço com as mínimas condições de uso e atendimento ao público,
o local continua extremamente precário, quase sem nenhuma condição de uso. A
van e/ou micro-ônibus que foi prometido para transportar as crianças e
adolescentes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo (SCVF),
apesar de, às vezes, não vir, está sendo cotidianamente disponibilizada, porém,
muitas crianças e adolescentes que eram assistidos pelo Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS), estão perambulando pelas ruas do bairro ou
confinadas nos interiores das casas dos pais, nos períodos que não estão nas
escolas, mas não se pode culpar o órgão, pois muitos pais não interessam em
matriculá-los, embora seja feito a
buscativa. Com isso, na verdade, não se pode dizer que no bairro não há
assistência social, porém, muito mais pessoas poderiam estar sendo acompanhadas
e assistidas caso existisse mais seriedade e compromisso do poder público em
relação à valorização humana.
Na sexta
parte desta série de artigos Residenciais
Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido, iremos abordar a questão da
cultura, esporte e lazer. Veremos que não há na minicidade nenhum equipamento
público do Estado para manter as crianças e adolescentes ocupados. Aguardem!
Gilson
Vasco
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